:: ‘FICC’

em cartaz, a destruição da nossa história

A Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania anunciou sua intenção de tombar o Cine Itabuna, que após ser fechado funcionou com sede da Igreja Universal do Reino de Ilhéus.

Se pretende passar da intenção para a ação, que o faça logo.

Uma faixa na porta do antigo cinema anuncia para breve a abertura de um estabelecimento comercial que, a menos que seja uma inovação arquitetônica, funciona num piso plano, ao contrário e um cinema ou uma igreja.

Isso quer dizer que é grande o risco de um dos poucos prédios históricos de Itabuna ser tombado no sentido literal.

Infelizmente, enquanto a FICC anda a passos de tartaruga, a destruição da memória da cidade voa no ritmo de um antílope.

E esse filme a gente já viu com o Castelinho, o prédio do Divina Providência e os casarões da praça Manoel Leal…

“Triste a vida das estátuas. Quando nada lhes acontece, pombos e passarinhos a premiam. E quando são objeto da ira e/ou ignorãncia e/ou perversidade dos mortais sem versão em bronze, resina ou outros materiais, lhes acontece isso na praça e, depois, parecem condenados ao esquecimento nos depósitos, para deleite de fungos e outros espécimes do mundo sub.

Ou seja, do submundo ou do mundo sub, estátuas mal amadas encerram um triste capítulo até de um bem amado, olhando-nos com compaixão do plano do Além”.

 Agenor Gasparetto, sociólogo e diretor da editora  Via Litterarum, sobre o descaso para com a estátua de Jorge Amado em Itabuna

Jorge, a estatua, deixa Ferradas após vandalismo

A estátua do escritor Jorge Amado foi retirada, ontem, 29, do trevo de acesso a Ferradas, em Itabuna, para restauração, após ser alvo de tiros e apedrejamento. A ação dos vândalos repercutiu nacionalmente.

De acordo como presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), José Roberto Silva, a imagem será transferida para outro local. Confeccionada pelo escultur Lavrud Durval, a estátua, feita de resina bronzinada tem 1,85 metro de altura e faz parte das homenagens ao centenário de nascimento do escritor itabunense.

A restauração da obra ainda depende de uma negociação entre a FICC e Lavrud, que não foi oficializada.