:: ‘Antonio Julio Baltazar’
Gol do São Paulo
Daniel Thame
O ano era 1985. O São Paulo, treinado por Cilinho, decidia o Campeonato Paulista com a Portuguesa, no estádio do Morumbi.
Sãopaulino até a medula, fazia reportagem de campo para a Equipe Furacão de Esportes, comandada por Antonio Julio Baltazar, um gigante na história da comunicação da Grande São Paulo, que já partiu para a Eternidade, na Radio Difusora Oeste, emissora modesta, mas briosa, de Osasco.
O São Paulo tinha um timaço, com Falcão, Silas, Muller, Careca, Sidney e Cia, mas a Lusa endurecia o jogo.
E eu não sabia se reportava os lances ou se torcia. O São Paulo fez 1×0 no primeiro tempo com Careca e levava um sufoco até a metade do segundo tempo, quando Sidney fez 2×0.
A comemoração dos jogadores aconteceu ao lado do gramado, justamente onde eu estava. Foi quando minhas dúvidas acabaram.
Larguei o microfone no chão e fui comemorar com os jogadores. Quando o narrador pediu a descrição do lance, silêncio total.
De cara, cortaram a linha e passei o resto do jogo apenas assistindo, até invadir o gramado para comemorar, desta vez o título.
Como eram tempos românticos, levei apenas uma suspensão de três dias. Sem direito a filar a primorosa refeição no restaurante que Baltazar mantinha na avenida dos Autonomistas.
E, pior dos castigos, não me escalaram mais para os jogos do São Paulo.
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