Cacau na África, a opressão aos negros
Cleber Isaac Ferraz
Em março o preço do cacau bateu recorde de preços e o título de nossa coluna foi “ Preço do Cacau Bateu Recorde e Isso não é motivo para Euforia”.
Estamos em maio; o preço do cacau caiu do patamar de R$ 1000;00 para R$ 500;00 e a euforia sumiu como previmos.
Também não é motivo para depressão; no patamar acima de 500 reais a cultura é viável economicamente e viabilizar salario dignos; condições de trabalho e além disso financiar a preservação do sistema florestal em seu entorno.
Depressão tem que estar o povo africano; e as pessoas com consciência; pela forma que Nestlé; Cargill e Barry ; vem conduzindo o mercado de cacau na África.
Apenas ingênuos ainda insistem que o preço de cacau é definido por uma bolsa; o cacau de Gana e Costa do Marfim é tabelado pelo Governo; e hoje está bem abaixo do valor de mercado internacional o que distorce todo mercado global.
Explico :
– 70% do Cacau do mundo é produzido por esses dois países
– 90% do Cacau do mundo é comprado por apenas 4 empresas
Quem define o preço nesses países; Gana e Costa do Marfim; é o Governo.
Só ele pode comprar e repassar as grandes industrias; e proíbem que cooperativas estoquem – 40 foram fechadas recentemente por esse “crime”.
O governo e só ele; pode vender para as 4 empresas gigantes.
Qual a chance de haver “ruídos” na relação do governo com essas multinacionais gigantes que compram 90% do cacau do mundo ?
Grande chance; e com isso o preço está sempre achatado oprimindo os pequenos e médios produtores do mundo todo.
Só tem uma saída – a união internacional de produtores brasileiros e africanos; mobilizando Organização Mundial de Comércio; ministérios das relações exteriores e ONU (que já denuncia mão de obra escrava e infantil nessa região desde os anos 90).
Mas isso só vai acontecer se você que ama chocolate; apoiar a causa.
#cacau