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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

março 2024
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E por falar em mentira

 

About Si Caetano

 

Eu sempre falei que tinha uma história de amor para contar, mas na verdade eu assumo que esta foi a maior mentira que eu contei. Eu tenho uma história de tempo, e na maioria dela, eu perdi. Se eu tivesse a lente que tenho agora, teria percebido antes que amar é verbo, é ação do sujeito que ama, e só. O sujeito ama só. Ele quer muito e a qualquer preço, e no final, o preço que se paga não vale a mentira que se conta. Você, sujeito, ignora a limitação do objeto amado e o cobre com a sua habilidade, você vive mentindo que é amado de volta também, quando na verdade, só amou. Só, amou.

 

Quando olhar para trás com os olhos que a realidade te dará, (porque ela é implacável) o que verá é um monte de horas perdidas como analista de um sujeito sem nenhuma ação, sem nenhuma remuneração, nenhuma mesmo. Nem o título de melhor pessoa que passou pela minha vida vai valer, isso porque, com 5 minutos você não valerá absolutamente nada diante de qualquer outra pessoa que ocupe aquele lugar de muleta que você foi. Sim, você foi só isso mesmo. É que tem gente que vive assim, a cada novo encontro, uma nova melhor pessoa da temporada vai surgir.

 

Parece banal mas é o máximo que algumas pessoas alcançam, o problema é quando você acha que pode ser algo além disso para elas. Esse problema é seu, não delas.

 


Essa é outra mentira que eu contaria, dizendo que a culpa é do ser que simplesmente não tinha suporte em si para viver essa dinâmica devolvendo em proporção o que se esperava. Mas a culpa é minha, a culpa é sua. A gente precisava dessa mentira, precisava vivê-la para descobrir a verdade – tem tempo na vida que é assim, a gente se apoia no que dá conta de suportar e tem que se perdoar para conseguir lidar com as próximas mentiras que virão. Porque virão. Viver é ter olhos para suportá-las e escolher com qual delas você vai casar.

 

Mas será inevitável pensar que se pudesse voltar no tempo mudaria o roteiro, mas não pode. Sim, você perdeu tempo engolindo seu desconforto constante para deixar pessoas felizes, deixou de se sentir amada porque achou que amar era mais nobre, ignorou inúmeros sinais vermelhos que qualquer um percebia latejando menos você, e o mais importante, aceitar o fato de que é a sua história e você tem que respeitá-la com dignidade.

 

Sendo assim, o que resta depois de uma grande mentira é isso, juntar os arrependimentos, misturar com a ira, salpicar com o desprezo, ponderar com o bom senso, permanecer e finalmente aprender: amar não é suficiente. Nem só o amor é.

1 resposta para “E por falar em mentira”

  • Selma Aguiar says:

    Divino texto!
    Me faz pensar sobre o que há de nosso, em nós mesmos, depois de tudo posto? Acreditamos em muitas “verdades” e pensamos conhecer o que somos e nossas certezas são forjadas a partir dessa premissas encabuladas. Mas, onde se esconde a verdade da verdade?

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