Mon enfance dans le Mato Grosso é o título francês de Lembranças do Sítio de Mazé Torquato Chotil radicada na França desde 1985. É um livro bilingue, que ajuda os franceses a descobrir o Centro Oeste brasileiro, já que Mazé é nascida no Mato Grosso do Sul quando era somente um estado.

Mazé Torquato

Lembranças do sítio é um livro infanto-juvenil reunindo 12 histórias: “O fogo”, “O banho”, “Para amadurecer bananas”, “Festival de cores”, “Odores de terra molhada”, “Medo de bicho”, “Madrinha Bé” e “Casamento no sítio” são algumas delas. Retrata paisagem, um universo da vida de uma criança no sítio, “lembranças inventadas”, como diz o professor Marcelo Marinho na apresentação do livro.

Nascida em um sítio, na sétima linha, em Glória de Dourados, a autora vive em Paris, depois de ter se formado e trabalhado em São Paulo e em Osasco. É jornalista, pesquisadora e autora de mais de 10 livros, dos quais, este é o quarto lançado em francês. É casada com o poeta e compositor francês Bernard Chotil.

A tradução francesa é de Dominique Stoenesco, nascido na França que morou muitos  anos no Brasil. Ele é professor de português aposentado da Educação nacional francesa com mais de 20 livros traduzidos e publicados.

Lourdes de Deus, pintora naïf, ilustrou com 17 quadros as diferentes histórias-capítulos. Osasquense desde seus dois anos, vive entre São Paulo e Goiânia atualmente. É casada com o pintor Waldomiro de Deus. Convivendo com o dia-a-dia do artista, tomou gosto pela arte e desde 1992 não abandonou mais os pinceis.

Marcelo Marinho professor e doutor em literatura geral e comparada pela Sorbonne-Nouvelle, escreveu sobre o livro:

Mazé Torquato Chotil traz à luz algumas belas páginas de lembranças inventadas, mais verdadeiras que qualquer relato historiográfico: “Tudo que não invento é falso”, diz Manoel de Barros. Essas lembranças são inventadas na medida em que a palavra – sobretudo a palavra poética – é o instrumento para materializar entes e acontecimentos que se diluíram no passado, tempo que já não existe, desfeito na espuma da hora e no calor dos acontecimentos em constante devir.

Essas lembranças têm o aroma do café que descansa sobre o fogão à lenha, do leite ordenhado sobre uma pitada de canela em caneca de louça, da terra molhada pela chuva após longa estiagem. De Paris, onde agora vive, Mazé busca recuperar os traços de uma infância miticamente transcorrida em meio às aroeiras, aos guavirais e pequizeiros do cerrado, matizada pelas cores dos ipês, tucanos e araras. O leitor tem em mãos um universo mirífico e multifacetado, para ser degustado à sombra da varanda, esparramado como se possa sobre a macia rede de algodão de fatura guarani,

Nos formatos papel e ebook, o livro está disponível aqui: