A história do artesão Nildo Peixoto dos Santos, morador do Salobrinho, se confunde com os relatos das 479 pessoas que já foram beneficiadas pelo projeto GAP Reconstrução, realizado pelo Grupo de Amigos da Praia desde as enchentes de dezembro de 2021. Ele, a esposa e o filho foram atingidos pela inundação do Rio Cachoeira.

As enchentes de dezembro de 2021 foi o evento climático mais intenso já vivido no Estado da Bahia. Afetou 174 municípios e deixou milhares de pessoas desabrigadas. O observatório meteorológico internacional nunca havia medido um volume de chuvas tão grande num único lugar do planeta em tão pouco tempo.

Até o mês de julho de 2022, já foram reformadas e reconstruídas 77 casas, em 18 bairros de Ilhéus (Juerana, Retiro, Sambaituba, Basílio, Malhado, Apaut, Tapera, Teotônio Vilela, Rua do Cano, Banco do Pedro, Salobrinho, Nossa Senhora da Vitória, Urucutuca, Campinhos, Ponta da Tulha, São Miguel, Banco da Vitória e Ilhéus 2), totalizando um custo de R$ 122.489,58. O GAP recebeu R$140 mil da Bayer, multinacional que apoiou a instituição com verba para respostas a desastres naturais.

Nildo diz que ele e seus vizinhos receberam muitas promessas de ajuda durante as enchentes, mas nenhuma foi cumprida. “Logo após as cheias, os voluntários do GAP prometeram nos ajudar na reconstrução, e ao contrário da Prefeitura Municipal, cumpriram e trouxeram os materiais para iniciar a obra: cimento, blocos, areia, brita. Eles que estão ajudando todo mundo, desde dezembro até hoje, não só aqui mas em várias regiões de Ilhéus.”, relata o artesão. Hoje, ele planeja criar uma cooperativa para ensinar técnicas de produção de móveis de madeira. “É uma maneira de profissionalizar novas gerações e evitar que muitos jovens entrem para a marginalidade”.

Outra moradora do Salobrinho que está contando com a ajuda do GAP para refazer sua moradia é Adriana Muniz Gama. Ela, o marido e outros membros da família moram na mesma área próxima ao Rio Cachoeira e também perderam quase tudo com a enchente. “Já recebemos muitos materiais de construção do GAP para reconstruir nossas casas. Apesar de não termos empregos fixos, também estamos nos virando para completar o que ainda falta, porque não acho certo depender somente da ajuda dos outros”, declara.

*Tragédias sucessivas*
O aposentado Raimundo Venâncio dos Santos foi outra vítima das enchentes e de outros eventos marcantes para a vida dele e da família. Logo após a inundação do Salobrinho, local onde mora com a esposa, filha e neta, ele sofreu AVC e infarto, e mais recentemente com as perdas decorrentes do incêndio que destruiu todos os móveis da casa e objetos pessoais da família, em 16 de julho.

A ajuda humanitária para a família pode ser feita em forma de doações de roupas masculinas, móveis, eletrodomésticos, material de construção ou transferência de valores, via pix do GAP (chave 33013795/0001-21). Também é possível colaborar por meio da vaquinha virtual que pode ser acessada pelo link: https://abacashi.com/p/ajude-a-reconstruir-a-casa-da-familia-de-raimundo