covid pesquisaPesquisadores brasileiros buscam voluntários para o estudo que vai avaliar a hesitação vacinal, ou seja, a recusa da vacina contra covid-19 em crianças no Brasil. O objetivo é entender atitudes e crenças relacionadas à vacinação, seja dos próprios filhos ou das crianças da comunidade.

 

A Professora Carla Dutra, do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc compõe o grupo de pesquisadores e informa que é bem simples participar da pesquisa. O(a) voluntário(a) deve ter 18 anos ou mais, morar no Brasil e não é necessário ter filhos. Os interessados devem responder ao questionário on-line – link: https://is.gd/hesitvacina

O preenchimento é rápido, dura em média 10 minutos, as respostas são confidenciais e o participante e o dispositivo utilizado para responder o questionário, não serão identificados. O questionário estará disponível até o final do mês de abril de 2022.

 

Para os propósitos do estudo, está sendo considerada a hesitação relacionada tanto à decisão sobre a vacinação dos próprios filhos, quanto às atitudes em relação à vacinação das crianças da comunidade em que os participantes vivem. Em uma sociedade, a decisão sobre receber a vacina não parte somente das atitudes dos pais ou familiares, mas é influenciada por professores, políticos, líderes religiosos, pessoas famosas, e outras pessoas com visibilidade na mídia, instituições e redes sociais. Por isso, os pesquisadores querem saber quais são as atitudes da sociedade em relação à vacinação, e não somente dos pais. Enfatiza-se que é pretendido entender a hesitação vacinal como atitude social, e não o fato dos pais ou responsáveis terem vacinado ou não os filhos.

 

O estudo sobre a Incerteza quanto à vacinação de crianças para COVID-19 no Brasil: um websurvey, está sendo conduzido por pesquisadores de todas as regiões do Brasil: Edson Zangiacomi Martinez, pela pós-doutoranda Miriane Lucindo Zucoloto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), Claudia B. dos Santos, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP), Marília Campoamor da Universidade de Rio Verde (UniRV), Arinete Esteves da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Vania Ramos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Giselle de Jesus da Universidade Brasil (Campus Fernandópolis), Isabella Abreu da Universidade Estadual do Centro Oeste (Paraná), Fernanda Nascimento do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Catalão (Goiás), Carla Daiane Dutra da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/Bahia), Ari Mariano da Universidade de Brasília (UNB), Roberta Reis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Monica Mombelli do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas (Paraná) e Wanderson da Silva da  Universidade Federal de Alfenas.

O Brasil já foi um país em que a cobertura vacinal era satisfatória, mas a partir de 2016, observou-se uma redução dessa cobertura e um aumento da mortalidade infantil e materna. Há vários fatores por trás dessa queda, incluindo o enfraquecimento do SUS e aspectos sociais e culturais que afetam a aceitação da vacinação.

Segundo a professora “precisamos de estudos que nos ajudem a entender estes aspectos para então tomarmos decisões e estabelecermos novas políticas públicas de saúde, diante da nova realidade posta. É importante esclarecer que a hesitação vacinal não é definida simplesmente como “aceitação” ou “rejeição” da vacinação, e não classifica uma pessoa como “anti-vacina”. Há pessoas que podem recusar todas as vacinas, mas também há pessoas que podem recusar algumas e concordam em receber outras. Há pessoas que podem aceitar as vacinas recomendadas, mas sentem-se inseguras sobre a decisão de vacinar os seus filhos.”

“Um estudo recente de pesquisadores da USP e de diversas universidades portuguesas, com abrangência nacional, mostrou que 30% dos participantes apresentaram algum tipo de hesitação em receber a vacina da COVID-19. Além disso, com base em informações divulgadas pelas secretarias estaduais de saúde, algumas notícias da mídia informaram que na primeira semana de fevereiro de 2022 apenas 18,8% das crianças de 5 a 11 anos no Brasil haviam recebido a primeira dose do imunizante contra a COVID-19. Ainda que o Ministério da Saúde tenha priorizado a imunização em crianças saudáveis de 5 a 11 anos, a pesquisa pretende avaliar as variáveis associadas à hesitação à vacinação de crianças no Brasil sem especificar uma faixa etária,” aponta a professora Carla Dutra.