canabis

O ano de 2022 promete ser um marco no mercado de produtos terapêuticos feitos à base de cannabis no Brasil. A regulamentação que permite o registro de produtos feitos à base da planta e sua distribuição em farmácias (RDC 327 – aprovada em 2019, com entrada em vigor em 2020) exigiu das empresas o tempo necessário para o desenvolvimento farmacêutico e investimentos.

Gustavo Palhares

Gustavo Palhares

É neste cenário promissor que a empresa mineira Ease Labs aposta para crescer e aumentar os produtos oferecidos. Depois de um ano desafiador para todos em função da pandemia provocada pela Covid-19, a empresa conseguiu se preparar e passou a ser cotada como uma das líderes desse mercado que está só começando.

O modelo de negócio que a empresa adotou é o de produção em solo nacional a partir de insumos importados. Para isso, a empresa conta com duas linhas de produção com capacidade instalada para produzir 5 milhões de unidades por ano para fabricar soluções orais e mais 2,5 milhões para produtos sólidos, suficientes para suprir toda a demanda atual do Brasil de produtos à base de cannabis.

 

“Além de trazer mais eficiência operacional e maior potencial de escala, esse modelo permitiu à Ease Labs a internalização de todo o know-how técnico-científico de desenvolvimento e produção dos canabinoides. Para os próximos dois anos, a empresa pretende investir cerca de R$ 80 milhões no seu negócio. Esse modelo permitirá, ainda, a distribuição de produtos a preços mais acessíveis e o desenvolvimento de portfólios mais diversificados, incluindo a possibilidade de exportação para outros mercados”, afirma o CEO da Ease Labs, Gustavo de Lima Palhares.

A Ease Labs espera lançar ao mercado os produtos feitos na indústria brasileira no primeiro semestre de 2022. No momento, a empresa já está produzindo parte do seu portfólio em solo nacional, o que é considerado um marco histórico.

Em 2021, a Ease Labs recebeu a certificação completa da Anvisa, que inclui GMP (good manufacture practices), Autorização Especial (para substâncias controladas) e Autorização de Funcionamento (AFE) para a produção, armazenagem, dispensação, importação e exportação de medicamentos e suplementos.

“O nosso foco agora está na preparação para as vendas, que devem ser expressivas nos próximos três anos, com o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos disruptivos no médio prazo, além da globalização do nosso negócio. Neste cenário promissor, a empresa espera obter receitas estimadas em R$ 247 milhões até 2024”, afirma Gustavo Palhares.

Para alcançar seus objetivos em 2022, a Ease Labs trouxe reforços de peso, dentre eles Guilherme Barsaglini, ex Chief Transformation Officer do Pátria Investimentos, ex CMO interino e membro do Conselho da Natulab e ex-Diretor de Marketing da Novartis. Barsaglini hoje é diretor de Health da Alvarez e Marsal e atuará como diretor estratégico e membro do conselho da Ease Labs nos próximos 12 meses.
Mercado expressivo

Com o expressivo crescimento do número de pacientes e médicos prescritores de produtos à base de cannabis, amparados pela legislação de importação direta (RDC 335) e de vendas em farmácias (RDC 327), o Brasil passa a ser um dos mercados com maior potencial de crescimento do mundo, considerando a segurança jurídica e o tamanho da sua população. De acordo com levantamento da empresa de inteligência de mercado de cannabis Kaya Mind, feito neste ano, a regulamentação da cannabis no Brasil poderia gerar 117 mil empregos e movimentar R$ 26,1 bilhões em quatro anos no país.

As tendências atuais, e crescentes, da preferência dos brasileiros por produtos naturais (O Brasil teve o segundo maior crescimento neste mercado preferência segundo pesquisa feita consultoria McKinsey Future of Wellness Survey, de agosto de 2020) estão alinhadas com o potencial de consumo de produtos e medicamentos feitos à base de cannabis em outros países. O crescimento do mercado de medicamentos fitoterápicos deve aumentar 18,9% (até 2030, atingindo cerca de US$ 550 bilhões em todo o mundo). Já o consumo de produtos feitos de cannabis em países legalizados como os Estados Unidos só têm aumentado. Atualmente, 14% dos americanos em estados legalizados consomem CBD. Além disso, estudos mostraram migração de mais de 50% dos usuários de medicamentos à base de opioides para cannabis.

Para atender a essa demanda crescente pelas soluções terapêuticas à base de cannabis e produtos de outras origens naturais, a Ease Labs investiu numa estrutura que desse versatilidade para a empresa. Através de laboratórios próprios de desenvolvimento e maquinário moderno, a companhia tem a capacidade de desenvolver diferentes formulações e formas farmacêuticas de produtos de cannabis e outras origens naturais, como cápsulas, spray e solução oral, ente outras. Os produtos estão sendo desenvolvidos por equipe técnica extremamente capacitada, oriunda de indústrias farmacêuticas renomadas e que se especializaram no setor de cannabis, além de parcerias internacionais com players relevantes que possuem mais tempo de mercado que a Ease Labs.

A Ease Labs também atua com foco no mercado externo. A empresa já possui três produtos protocolados no Japão e no momento está negociando parcerias com outros países. A ideia é competir com o mercado farmacêutico tradicional no Brasil e em outros países, trazendo soluções com menos ou sem dano colateral algum ao corpo no longo prazo através de produtos naturais inovadores.
Números da Ease Labs

Mesmo comercializando apenas produtos importados, a Ease Labs registrou um crescimento nas vendas de 137% em outubro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano do ano passado. O laboratório conta com mais de 2 mil pacientes e cerca de 600 médicos prescritores. Com a implementação da operação de produção em solo nacional e comercialização dos produtos em farmácias, a tendência é que seu faturamento cresça pelo menos dez vezes, já que a empresa passará de uma operação business to consumer (B to C) para uma operação business to business (B to B).

Dentre empresas inovadoras e disruptivas do mercado brasileiro, a Ease Labs é cotada como um potencial unicórnio para os próximos anos, sendo a primeira indústria farmacêutica a nascer e crescer no formato das venture companies, formada por dois empreendedores com uma visão inovadora e disruptiva para o setor e com foco em uma abertura de capital nos próximos anos, visando levar a empresa para outro patamar.  (texto Assessoria)