Moacy Neves

moaDesde as eleições de 2018 o Brasil vem passando por uma regressão do ambiente democrático. O incentivo aos ataques à democracia vem do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro e de seus filhos, que tentam colocar a imprensa e os jornalistas como opositores, instando seus seguidores a promoverem perseguições e ações contra veículos de comunicação e seus trabalhadores.

São vários os casos já registrados pela Federação Nacional do Jornalistas. As agressões a jornalistas e ao jornalismo cresceram 54% de 2018 para 2019 e 105% de 2019 para 2020. Esse avanço no número de ocorrência tem ligação direta com o presidente, tendo ele como autor, ou de seus seguidores, incentivados por suas declarações e convocações. Em 2020, 41% de todas as agressões contra jornalistas partiram do presidente Jair Bolsonaro.

Em países cujos governos são autoritários, a imprensa é um dos principais alvos, exatamente porque leva informação ao povo. Governantes com perfil ditatorial têm medo do povo bem informado. Preferem seguidores alienados e violentos, que recebem fakenews, não checam a veracidade da informação, formam opinião através destas notícias falsas e tentam influenciar a sociedade, com compartilhamento acrítico, irresponsável e criminoso.

O que aconteceu neste domingo, na Mouraria, em Salvador, com a jornalista Paula Fróes é apenas a continuidade da escalada de agressões contra a imprensa. O Sinjorba se solidariza com a colega e manifesta seu veemente repúdio.

Moacy Neves é presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia-Sinjorba