
Sócrates e o cálice de cicuta
Kant e a demência, insana e bruta.
Heráclito pai da dialética, o obscuro desvairado
Aristóteles banido de Atenas, filósofo amaldiçoado.
Giordano Bruno ardendo nas chamas da fogueira
Maquiavel lambendo botas, vida traiçoeira.
Pessoa, morre solitário, garrafas de vinho à mão
Florbela, suicida-se de tanto amor pelo irmão.
Descartes, metódico,escondia-se do mundo
Hobbes vítima de um medo medonho, profundo.
Mayakóvsky não suportou o peso da revolução
Mário de Sá-Carneiro o peso do coração.
Schopenhauer,depressão no grau mais alto
Deleuze joga-se da janela estalando no asfalto.
O desassossego bate à porta
abrir ou não abrir, o que de fato importa?
É preciso força e coragem para entender
a essência desta rápida passagem que é viver.
Ai como é linda a eterna infância
e como vive feliz o ser com a sua ignorância!
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Roseli Arrudha