:: 25/jun/2018 . 6:35
Waldir, um bravo!
por Emiliano José
Madrugada dois de abril de 1964 os golpistas entravam por uma porta com Supremo e tudo e Waldir e Darcy saíam por outra para dois dias depois madrugada também embarcarem num teco-teco em direção ao Uruguai para longo exílio.
Waldir Pires partiu ontem, 22 de junho, noutra madrugada. Talvez seja o caso de acompanhar expressão atribuída a Guimarães Rosa, de que tanto gosto: as pessoas não morrem, ficam encantadas. É, o velho guerreiro, e bote guerreiro nisso, tornou-se um ser encantado aos 91 anos – completaria 92 no dia 21 de outubro.
No dia 14, lancei o primeiro volume de Waldir Pires, biografia dele, e tivemos todos os que estávamos no Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador, cidade-paixão dele por ter lhe dado a chance de conhecer o mar aos 15 anos, tivemos todos a chance de abraçá-lo, cantar o inesquecível jingle de sua campanha de 1986 eu quero ver um tempo novo de crescer e construir a Bahia vai mudar trabalhando com Waldir, muitas lágrimas pelo reencontro, emoção à flor da pele, ele numa cadeira de rodas, fragilizado. As filhas Ana Cristina, Lídia e Vivian, o filho Chico, ainda relutaram em levá-lo ao lançamento, mas ele bateu pé: queria ir de qualquer jeito.
Premonição, sabe-se lá o quê, que são territórios insondáveis, ainda mais para materialistas como eu. Talvez soubesse ser o último momento para estar junto do povo, dos amigos, da Bahia, estar na política pela qual foi apaixonado desde a mais tenra juventude. Insistiu, e foi. Depois de tanto aplauso, abraços ternos e cuidadosos pela fragilidade, quis falar, e falou: eu amo todas e todos vocês, a voz fraca, bem fraca, mas possível de ser ouvida. Sua última palavra, seu último discurso, ao povo da Bahia, o povo que o amou perdidamente, e a quem ele amou desde sempre.
Roubos a bancos caem 17,5% na Bahia
O índice de ataques contra instituições financeiras, incluindo terminais de autoatendimento e carros-fortes, caiu 17,5% em todo o estado entre janeiro e maio de 2018, comparando com o mesmo período do ano passado. Foram 33 casos neste ano, contra 40 em 2017, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
O trabalho integrado das polícias Militar e Civil resultou em 67 criminosos presos e 11 mortos em confrontos. Com os oito bandos desmontados foram apreendidas 29 armas de fogo, sendo cinco fuzis, e localizada pouco mais de uma tonelada de explosivos. Entre as quadrilhas, no mês de maio, uma do Mato Grosso, que praticava furtos e roubos em todo o Brasil, acabou capturada, após tentativa contra uma agência, na Pituba.
Pelo terceiro ano consecutivo o índice apresenta redução. “Criamos as Cipes e Bavan em cidades estratégicas do interior inibindo as tentativas. O Draco também teve sua atuação expandida, com apoio das Coorpins, solucionando os casos com mais rapidez”, destacou o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa.
Lembrou que em 2013 a Bahia tinha média de 22 roubos por mês e, neste ano, entre janeiro e maio, ficou em seis. “Investimos em tecnologia, no combate repressivo e nas ações de inteligência. Recentemente sentamos com o Sindicato dos Bancários para ampliarmos as ações, ouvindo todas as partes. Continuamos buscando maior aproximação com os bancos”, concluiu.