est v 1As tecnologias sociais, de baixo custo e de grande alcance social, desenvolvidas por estudantes da Educação Profissional e Tecnológica, que fazem os cursos técnicos de nível médio na rede estadual de ensino, são um dos destaques do XIX Encontro Internacional Virtual Educa, um dos maiores eventos mundiais sobre inovação e tecnologia aplicadas à Educação, que acontece até sexta-feira (9), no Centro Estadual de Educação Profissional, Formação e Eventos Isaías Alves (ICEIA), no bairro do Barbalho, em Salvador. São projetos voltados à Educação Empreendedora, que também incluem intervenções sociais e mostram a vinculação da formação profissional com os Territórios de Identidade onde os estudantes vivem.

Em um dos 25 estandes montados no ICEIA para a exposição de projetos, os estudantes Jefferson Teixeira e Emiliana Dantas, do Centro Territorial de Educação Profissional Litoral Sul (CETEP), no município de Maraú (a 200 km de Salvador), apresentam no Virtual Educa o projeto “Programa Fitoterápico de Implementação de Farmácia Viva”.

O estudo foi realizado no CETEP e na Unidade de Saúde da Família da Saquaíra, também localizada em Maraú, entre 2017 e 2018. Na primeira etapa, explica o estudante Jefferson, foi realizado um levantamento etnobotânico na busca de maior número e utilidades possíveis das plantas usadas pela comunidade. Já na segunda etapa, foi feita a seleção das espécies medicinais, a catalogagem e a produção de mudas das plantas. ”Depois, partimos para orientar a comunidade escolar no uso de forma racionalizada das plantas medicinais e a implantação da Farmácia Viva na unidade de Saúde. Está sendo uma experiência incrível a nossa de difundir a fitoterapia em um evento internacional como o Virtual Educa”, diz o estudante.

O resultado de ações pedagógicas visando à formação profissional para uma inserção cidadã no mundo do trabalho ou para o empreendedorismo pode ser exemplificado, também, com o projeto “Uso tradicional de Moringa”. Uma das estudantes envolvidas, Évila Santos, em companhia da colega Ediclécia Alves, do CETEP da Bacia do Jacuípe, no município de Ipirá (a 210 km de Salvador), explica sobre o objetivo e o resultado do trabalho. “Trata-se de uma planta que é um repetente e cicatrizante naturais. Então, desenvolvemos uma pomada de baixo custo e acessível a produtores rurais para uso em seus animais. Depois de levarmos nosso projeto para o Encontro Estudantil, temos a honra de trazê-lo para um evento tão grandioso como este. Isto nos incentiva ainda mais e ficamos felizes porque estamos tendo uma ótima receptividade do público da feira”.

 

Uma cozinha experimental também está destacando vários produtos que são desenvolvidos pelos estudantes. Um dos exemplos é o chocolate, com diferentes teores de cacau, que é feito pelos estudantes do curso técnico em Nutrição e Dietética na Fábrica-Escola do Chocolate, do CETEP Baixo Sul, no município de Gandu. A Fábrica-Escola serve como laboratório para que os estudantes tenham aulas práticas e possam desenvolver projetos, pesquisas e intervenções sociais, aperfeiçoando a formação profissional. A fábrica fica aberta à comunidade local (produtores, cooperativas e agricultores familiares, por exemplo) para a capacitação e certificação de trabalhadores e para a incubação, pré-incubação e aceleração de empreendimentos e toda esta experiência pode ser conhecida durante o Virtual Educa.