juri(do Pimenta na Muqueca) -Os quatro acusados de envolvimento no assassinato do radialista Ronaldo Santana foram absolvidos pelo Tribunal do Júri, num julgamento que começou na manhã de segunda-feira (14) no Fórum Desembargador Mário Albiani, em Eunápolis, no extremo-sul da Bahia. O resultado foi anunciado pelo titular da 1ª Vara Crime da Comarca de Eunápolis, juiz Otaviano Andrade Sobrinho, pouco depois das 13 horas desta quarta-feira (16).

A maioria dos sete jurados entendeu que não existiam provas suficientes para a condenação do ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Dapé, de Valdemir Batista de Oliveira (atual vereador), do bancário aposentado Antônio Oliveira dos Santos e da sacerdotisa Maria José Ferreira Souza, mais conhecida como Maria Sindoia. O Ministério Público da Bahia defendeu a tese de que Dapé foi o mandante e os outros três intermediários na contratação do pistoleiro.

Os promotores de justiça Ariomar da Silva e Luiz Ferreira Neto entendem que existem provas mais que suficientes para condenação dos quatro réus. Os representantes do MP-BA devem recorrer da decisão. Os acusados e seus familiares saíram do fórum de Eunápolis comemorando a decisão dos jurados.

O julgamento dos acusados de envolvimento no assassinato do radialista Ronaldo Santana foi iniciado por volta das 9 horas da manhã de segunda e foi concluído quase 21 anos depois do crime, após sucessivos pedidos de adiamento aceitos pela justiça. Santana foi executado no período em que fazia denúncias contra políticos de Eunápolis.

O radialista Ronaldo Santana foi morto a tiros no dia 9 de outubro, quando se deslocava para Rádio Jornal de Eunápolis, onde trabalhava. Os disparos foram feitos pelo pistoleiro e ex-policial militar Paulo Sérgio Mendes Lima, que acabou condenado pelo júri popular em 2002, a 19 anos de prisão. Foi Mendes quem apontou os outros supostos envolvidos no crime. Resultado: duas décadas depois o crime de Ronaldo Santana não tem mandante. Assim como ocorreu com do jornalista Manuel Leal, de Itabuna, morto em 1988.