O Governo da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), reuniu nesta quarta-feira (02/05), entidades do setor industrial, sindicatos das indústrias, da classe trabalhadora e outros entes do governo para discutir propostas para reverter a hibernação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen). As propostas serão apresentadas à diretoria da Petrobras nesta quinta-feira (03/05), às 18h, em Salvador, quando acontecerá a 2ª Reunião da Comissão Técnica das Fafens, reunindo representantes do governo baiano e sergipano e representantes da federação das indústrias dos dois estados. O documento será assinado pela Fieb, Cofic, Sinpec, Abiquim e Sindipetro.

Segundo o secretário em exercício da SDE, Paulo Guimarães, serão propostas à diretoria alternativas para que a Petrobras reveja a posição de fechar a fábrica. “A Petrobras precisa entender que o encerramento da Fafen não é um fechamento de uma unidade qualquer, mas de uma fábrica crucial para o Polo de Camaçari, com produções essenciais para a agricultura brasileira. Não dá para simplesmente fechar a unidade sem verificar que condições podem ser atendidas e quem pode fazer este esforço. Nós temos uma proposta de ação emergencial e outra de longo prazo que em tendo sucesso pode trazer a manutenção dessa fábrica de fertilizantes como talvez até uma reativação de outras fábricas que consomem gás natural como matéria prima”, afirma.

“A iniciativa da SDE de convidar o Sindpetro Bahia foi muito importante porque nenhum outro canal de comunicação foi aberto com o sindicato. A Petrobras quando tomou a decisão de fechar a fábrica, se quer respondeu aos nossos ofícios e essa iniciativa do Paulo Guimarães tem sido muito boa para estreitar os laços e mostrar a classe trabalhadora que o estado está preocupada com ela. A reunião foi útil e importante, só um ponto que mereceu uma atenção maior nossa, pois dá margem a uma futura privatização e o sindicato não concorda. A Fafen precisa manter-se operando nas mãos da Petrobras que apesar de ser uma sociedade de economia mista, tem uma função social mais exacerbada que qualquer outra indústria privada do país, afirma o diretor do Sindpetro Bahia, Jailton Andrade.

O diretor executivo da Fieb, Vladson Menezes, elogia a iniciativa e fala da importância de uma proposta conjunta da Bahia. “Fechando uma proposta comum e factível, a gente entra mais forte na negociação. Eu considero essa reunião extremamente importante, foi muito bom o governo ter nos convidado para conversar. Estávamos conversando no âmbito do empresariado, mas é importante ter o apoio do governo”, disse.

Roberto Fiamenghi, presidente do Sindicato das Indútrias Químicas e Petroquímicas de Camaçari (Sinpec), afirmou que é importante reunir as lideranças das indústrias, dos sindicatos, dos empregados e das empresas para manter viva a indússtria de fertilizantes do Brasil. “Não é apenas a Fafen, não se concebe um país com uma base agrícola tão grande depender somente das importações de fertilizantes. Além de manter a Fafen, nós precisamos criar novos projetos e produzir mais fertilizantes no Brasil. Temos que lutar mesmo para que não ocorra essa hibernação da Fafen”, afima.