:: 26/ago/2017 . 9:41
A comunicação organizacional na era das novas mídias
Gabriela Monteiro
Considera-se que a comunicação possibilita aos seres humanos o compartilhamento de diferentes informações entre si, tornando assim o ato de comunicar uma atividade essencial para a sociedade. Entretanto, o processo de execução da mesma, aparentemente demonstra ser algo simples, porém para que haja a compreensão esperada, o emissor deve ter cautela no processo de escolha da mensagem de acordo com o receptor da informação, como também do meio ou veículo de transmissão.
Com a introdução das novas tecnologias e informática, a comunicação alcançou sua expansão de globalização. No que diz respeito a essa nova realidade, diversos estudiosos relatam que isso só se tornou possível graças às plataformas de comunicação em forma de rede, por meio do celular, Internet, satélite, que por sua vez transformou a mesma em algo instantâneo, com a extensão da velocidade das informações em tempo real.
Neste sentido, com base nesse moderno cenário de globalização da comunicação, pela qual possibilitou ao público uma maior detenção de informações, surgiram assim profundas mudanças nas organizações, antes até mesmo inimagináveis, na busca pela permanência no mercado. Neste ínterim, é possível afirmar que as empresas dos tempos atuais tendem obrigatoriamente buscar novas formas de comunicação com seus públicos para se adaptarem às novas exigências mercadológicas.
Em vista aos argumentos levantados, conclui-se que se tratando das novas mídias, especificamente a Internet, as organizações devem mensurar quais são os seus públicos estratégicos. Sobre isso, ao perceber esse quesito, devem-se buscar quais seriam os melhores formatos de se relacionar com esses públicos, bem como as melhores ferramentas utilizadas e até mesmo, perceber se esses públicos se encontram no ambiente on-line, para realizarem uma comunicação digital organizacional com eficácia.
Gabriela Monteiro é formada em Comunicação Social pela Unime/Itabuna
Gabo/Berrio/Macondo/Maracanã
Daniel Thame
Na antológica abertura de Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez, Aureliano Buendia, diante do pelotão de fuzilamento, lembra o fascinante e distante dia em que o pai lhe apresentou o gelo, maravilha da humanidade naquele rincão perdido nos confins da Colômbia.
A narrativa é antológica, sinalizando o que o mundo conheceria e admiraria como o realismo fantástico de Gabo.
Na já antológica noite de 23 de agosto de 2017, um colombiano menos famoso chamado Orlando Berrio nos reapresentou a algo que estava perdido nos desvãos da memória de um futebol que era jogo, mas também era poesia: a magia do improviso, do drible desconcertante que destrói um esquema mecânico, monótono e previsível.
Flamengo e Botafogo faziam um daqueles jogos modorrentos, típicos do futebol atual, onde o importante é se defender e se der ou quando der, atacar. Meio de campo congestionado, goleiros sem serem incomodados e o indefectível cheiro de 0x0.
E eis que no ex-Templo do Futebol, hoje mais um exemplo do tributo ao deus corrupção, o Maracanã foi apresentado ao gelo.
Como se Garrincha, numa dessas molecagens do destino, resolvesse reencarnar por um átimo de segundo no estádio onde foi rei e menino travesso, e trazer um pouco de luz naquela escuridão de futebol.
E, noutra trapaça do destino, reencarnar no time errado, botafoguense que foi, e ainda por cima num colombiano com pinta de milongueiro e estampa de dançarino de tango. Ou de cumbia. Ou seria de samba? Orlando Berrio.
Berrio estava pronto para ser substituído e recebeu uma bola na lateral. Lance comum.
Ninguém no Maracanã esperava nada da jogada e o próprio Berrio poderia ter se livrado na bola e saído de um jogo do qual ninguém se lembraria daqui a uma semana.
Mas Berrio (Garrincha?) produziu o lance a ser lembrado daqui a Cem Anos (de Solidao). Um drible tão desconcertante quando indescritível, que resultou no passe perfeito para o gol de vitória.
Filho eis o Gelo!
Maravilhem-se todos pois esse é um daqueles raros momentos que vão para a eternidade.
O divino, o imponderável, o fantástico, o genial, a irreverência gerados num pedacinho de gramado transformando em latifúndio.
Meninos eu vi, dirão daqui pra frente os que estiveram no Maracanã. E os que não estiveram, testemunhas multiplicadas aos milhões. Macondo é o universo.
Aproveitemos o gelo.
Congela, eterniza a imagem.
O resto, o gol, a vitória, a classificação do flamengo para a decisão da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, são meros detalhes.
Eterno é Berrio, numa obra de arte que Gabo assinaria.
Maracanã, Macondo.
Na magia de um drible esse mundo de merda ainda pode ser uma alegre Bola de Futebol.
Assédio Moral: o ambiente do trabalho como causa da doença do trabalhador
Debora Spagnol
Sobre o necessário respeito que deve permear as relações trabalhistas, é oportuno destacar o que segue:
“(…) A empregada, ao celebrar o contrato de trabalho, coloca à disposição desta intrincada estrutura empresarial não apenas a sua força de trabalho, mas também a sua pessoa humana, com todos os seus valores de natureza moral, intelectual, cultural, familiar e religiosa. O trabalho é um prolongamento da vida privada, da residência, da casa, da personalidade de cada pessoa, por isso que o tratamento dispensado à trabalhadora tem de ser o reflexo do mínimo que se espera de uma relação intersubjetiva respeitosa. A trabalhadora não se despoja de nenhuma máscara, nem se veste de nenhuma fantasia, ou mesmo se investe de nenhum papel, quando ingressa na empresa – continua sendo o que é, com suas qualidades e defeitos, acertos e equívocos. No ambiente de trabalho, a pessoa humana não representa nenhum papel – é o que é, por isso que indispensável o respeito mútuo. Ninguém tem o direito de desrespeitar quem quer que seja. A intolerância é a porta da violência, do desrespeito e da mediocridade. Palavras desrespeitosas, insultuosas; xingamentos; ofensas; injúrias, apelidos, não cabem no Dicionário da Pessoa Humana, cujo tratamento digno é, simultaneamente, um direito e um dever (…)” (1)
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, 42% dos brasileiros já sofreram assédio moral no trabalho, que se caracteriza como o conjunto de várias ações executadas pelo empregador ou seu seus prepostos contra o empregado, compreendendo violência psicológica, constrangimento, humilhação e perseguição. (2)
Dessas condutas, restam feridas a integridade física ou psíquica e a dignidade do empregado, deixando-o exposto à perda do emprego e à degradação do ambiente de trabalho.
Alguns aspectos são essenciais para caracterizar o assédio moral: a regularidade dos ataques (que se prolongam no tempo) e a determinação de desestabilizar emocionalmente a vítima, visando afastá-la do trabalho. Os atos do assediados nem sempre são percebidos num primeiro momento pelo empregado.
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