João Palma

 joão palmaDiante de tantos e tão graves problemas nacionais como o desemprego, salários baixos, poder de compra diminuído, taxas e tarifas elevadas, políticos aquém do desejado, governantes bem além dos pesadelos e imprensa sempre atrás do mais brutal homicídio parece brincadeira escrever que o que  nos falta mesmo é leitura.

Falo daquela leitura que nos possibilita enxergar dentro dos discursos eloquentes; falo da leitura de mundo que nos dá compreensão do que somos e para onde queremos ir; da leitura que nos orienta a fazer boas escolhas e a manusear o controle remoto. Falo da leitura que nos tira do estado catatônico, idiotizado e vassalo e nos lança às lutas, às conquistas, ao possível.

Leitura se aprende na escola, mas é em casa que ela começa a fazer sentido quando as crianças misturam imaginação às historinhas contadas pela mãe, pelo pai, pelos avós. É assim que se começa a ler o mundo. É assim que nascem os desejos de aprender bem para conquistar mais.

Tenho insistido na necessidade de nos tornarmos uma Nação de leitores. Precisamos desesperadamente formar leitores em larga escala e essa tarefa, não fosse a montanha de outras responsabilidades, também cabe aos prefeitos. Sim, aos prefeitos e prefeitas dos mais de cinco mil municípios brasileiros.

Explico: no âmbito federal pululam programas que focam na compra de livros, porém, pouco ou quase nada incentivam a formação de leitores. É como se bastassem comprar livros e distribuí-los às escolas.

Se prefeitos e prefeitas compreenderem o quanto podem fazer e a diferença que efetivamente podem empreender incentivando a leitura em seus municípios daríamos passos largos na conquista de um país soberano, com políticos idôneos, governantes qualificados e povo desenvolvido.

Não é difícil. Basta querer. Não precisa nem mesmo mudar o discurso e as promessas feitas na campanha de melhorar a saúde, dar qualidade à educação, diminuir impostos, aumentar investimentos…

 

*João Palma é o idealizador da mobilização nacional pela leitura diadelertododia