leoO inquérito que apurou o caso do estudante Leonardo Moura, de 30 anos, foi remetido, nesta quarta-feira (27), para o Ministério Público (MP), e aponta como causa da morte: queda. Um total de 14 testemunhas foram ouvidas na 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), entre elas, socorristas, policiais militares, familiares, moradores da região e a médica do Hospital Geral do Estado (HGE) que prestou o primeiro atendimento ao rapaz.

De acordo com a médica do HGE, a última a ser ouvida pela delegada Mariana Ouais, titular da 1ª DH, Leonardo quando chegou ao hospital tinha lesões aparentes condizentes com o relato de queda feito pelos socorristas do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). “Ele estava cheio de areia e com escoriações simétricas e discretas. Não havia sangramento aparente, nem lábios partidos. Não se queixava de dor”, afirmou a profissional.

Há sete anos trabalhando no HGE, a médica, que é cirurgiã-geral, disse que Leonardo estava relutante. “Ele não queria ficar na maca, saía o tempo todo. Tanto que fui avisar ao chefe do plantão que ele estava inquieto e, por isso, difícil de intermediar a solicitação dos exames (tomografia da região da bacia, tronco, pescoço e cabeça). Ao voltar para sala de sutura, onde Leonardo estava, não o encontrei e relatei o sumiço”, explicou a cirurgiã.

Questionada sobre as bolsas de sangue na parte inferior do olho de Leonardo, a médica explica que uma lesão na região óssea do nariz é compatível com a equimose (acúmulo de sangue) tão simétrica que o estudante apresentava no dia seguinte a sua entrada no Hospital. Versão que coincide com a de três testemunhas que viram o estudante cair com o rosto voltado para a areia.

Ainda de acordo com os relatos ouvidos pela delegada Mariana Ouais, havia um pequeno sangramento no nariz de Leonardo, logo após ele cair da balaustrada, no Alto do Sereia, na Av. Ocêanica. “Não existem imagens no local onde ele caiu, mas as informações coletadas, principalmente as testemunhas e os profissionais de saúde, são suficientes para fecharmos o caso”, explica a delegada, que presidiu o inquérito.