Daniel Thame

daniel na TVI 3Começou a Taça Libertadores em sua fase de grupos e de imediato surge a constatação óbvia: assim como aconteceu com a Seleção, os times da América do Sul (e do Norte, se incluirmos os mexicanos) perderam completamente o medo dos brasileiros.

Foi-se o tempo em que paraguaios, colombianos e até mesmo peruanos, bolivianos e venezuelanos jogavam contra as equipes brasileiros buscando perder de pouco ou quem sabe arrancar um empate heróico.

Hoje, eles jogam de igual para igual, perdem, empatam ou ganham, mas acabou o respeito, a tremedeira diante de camisas repletas de títulos e de tradição.

A participação dos cinco times brasileiros na primeira rodada apenas corrobora o que está se tornando rotina.

O Palmeiras abriu a participação nacional empatado em 2×2 com o River Plate, o genérico uruguaio, não o tradicional esquadrão argentino. O River esteve duas vezes atrás no placar e nas duas oportunidades foi buscar a igualdade. Para o Palmeiras, longe de ser um ponto ganho fora de casa, foram dois pontos perdidos, que podem custar caro num grupo equilibrado.

medoJá o outrora (e bota outrora nisso!) glorioso São Paulo, conseguiu a proeza de perder em casa para o modestíssimo The Strongest por 1×0. O time boliviano ganhou um jogo fora de casa após 35 anos, para se ver o tamanho da “proeza” são-paulina. Como o Tne Strongest deve ganhar seus três jogos na altitude de La Paz e o grupo ainda tem o River Plate original e atual campeão da Libertadores, o São Paulo já começa a competição com a faca no pescoço.

O Grêmio viajou para o México e perdeu por 2×0 para o Toluca, o que não chega a ser surpresa, porque os times mexicanos são de bom nível e fortíssimos quando atual em casa. Um tropeço plenamente recuperável num grupo equilibrado.

Corinthians e Atlético MG, enfim, foram os brasileiros que começaram com vitória. Depois de perder meio time para os chineses, o Timão, em fase de remontagem, fez um jogo tecnicamente medíocre e taticamente perfeito contra o esforçado Cobresal, no deserto chileno. A vitória veio com um gol contra, no final do jogo, mas o importante era conquistar os três pontos, devidamente conquistados com a competência habitual (e uma pitada de sorte) do técnico Tite.

Já o Galo foi o o que jogou melhor, contra o também esforçado Melgar, no Peru. Levou 1×0 e virou para 2×1 sem sobressaltos. Não seria injusto se tivesse goleado. É o time brasileiro mais ajustado no momento.

Vem dureza por aí. Para são-paulinos, então, o que vem é drama mesmo.

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É gol: Lionel Messi chegou essa semana a 301 gols pelo Barcelona no Campeonato Espanhol. Tirando Pelé, que é de outra galáxia, Messi é o melhor do mundo em todos os tempos e tempos, amém.

É pênalti: Paulo Henrique Ganso já deu (ou não deu) o que tinha de dar. Troca por algumas bugigangas com os chineses que pelo menos rende uns caraminguás na 25 de Março, tradicional centro muambeiro da capital paulista.