:: ‘Universidade Estadual de Feira de Santana’
Artigo em revista internacional descreve novas populações de gramínea ameaçada de extinção no Sul da Bahia
Heleno Nazário
Um artigo na área da Botânica trata de uma espécie rara de gramínea, existente apenas na Mata Atlântica do Sul da Bahia. O trabalho intitulado Ecological niche modelling and genetic diversity of Anomochloa marantoidea (Poaceae): filling the gaps for conservation in the earliest-diverging grass subfamily está publicado na Botanical Journal of the Linnean Society e é assinado pelos cientistas João P. Silva Vieira (Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS), Alessandra S. Schnadelbach (UFBA), Frederic Mendes Hughes (Instituto Nacional da Mata Atlântica – INMA), Jomar Gomes Jardim (Centro de Formação em Ciências Agroflorestais da Universidade Federal do Sul da Bahia – CFCAF/UFSB), Lynn G. Clark (Iowa State University) e R. Patrícia de Oliveira (UEFS). O professor Jomar Jardim respondeu a perguntas sobre o estudo para a seção UFSB Ciência.
Morta em Paris, “vivinha da silva” na Bahia
Os pesquisadores localizaram e coletaram amostras de população da Anomochloa marantoidea, espécie bastante rara e pertencente a uma linhagem divergente e das mais antigas de gramíneas, e por isso essencial para o estudo de padrões evolucionários em grupos biológicos.
Um detalhe da história da pesquisa sobre essa espécie é que ela foi redescoberta por botânicos em 1976, quando encontraram duas populações da gramínea na região de Una. Isso ocorreu mais de um século após a descrição científica original, feita a partir de espécimes cultivados em estufas em Paris, com poucos detalhes sobre a localização original – sabia-se apenas que foram coletadas no Brasil. No entanto, as plantas na estufa parisiense morreram alguns anos após a coleta, motivando o trabalho de campo nos anos 1970.
Violência na vida a dois
Fabiana Machado*
O que pode a mulher casada? Sabemos que a depender do status social, grau de escolaridade e título nobiliárquico de família, a mulher casada estará submetida às maiores ou menores facilidades de vida. Entretanto, este artigo não pretende analisar as diferenças de condições entre as mulheres casadas da elite, da classe média ou da “ralé”, mas propor uma reflexão sobre os poderes, eminentemente machistas, adotados pela cultura patriarcal, os quais esmagam impiedosamente as mulheres casadas independentemente de sua posição social.
Tomando como exemplo os costumes do Antigo Regime, a mulher casada era uma propriedade privada adquirida por contrato, submetida aos deveres do casamento, dependência total do marido, obrigada às atividades da maternidade e aos afazeres domésticos. A consequência, pois, das atribuições às imaculadas esposas e exímias donas de casa é a responsabilização de que as mulheres casadas são a única opção ou a chave a ser girada para o sucesso dos filhos, marido e casamento. Então, se por ventura o infortúnio ou a desgraça recaísse sobre a família, a esposa era a única culpada por toda danação e não o marido. Sendo assim, os papéis exercidos pela esposa e pelo marido no casamento não eram exatamente iguais.
Nessa linha de ideias, para resguardar a sua honra e a ordem doméstica, o chefe da família tinha total direito de chicotear e castigar o corpo da esposa desobediente, inclusive quando a esposa inspirava desejos ou despertava olhares de estranhos, o que caracterizava uma desonra para o marido e um ultraje à sociedade, ao passo que o adultério cometido pelos homens era apenas e tão somente símbolo de poder, força, virilidade e uma forma de afirmação entre os seus iguais. Somente a título de exemplificação, a Bíblia, em Provérbios 14:1, afirma que é a mulher quem constrói ou destrói a família. Diante, disto, percebe-se uma evidente primazia histórica, social e religiosa do homem sobre a mulher.
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