:: ‘sistema agroflorestal’
Cacau pode reflorestar 557 mil hectares no Pará
Vito Gemaque
O potencial da cacau para reflorestar áreas degradadas na Amazônia localizadas somente no Pará é gigantesca. O Estado possui 557,5 mil hectares de áreas desmatadas e degradadas que podem ser restauradas com o Sistema Agroflorestal (SAF) do cacau, o que corresponde a 750 mil campos de futebol, segundo dados da maior Organização Não-Governamental (ONG) de conservação mundial – The Nature Conservancy (TNC). Atualmente, o Pará possui 170 mil hectares com plantio de cacau. Essas informações levam em consideração apenas os municípios que já possuem produção de cacau, ou seja, o potencial em todo o Estado é ainda maior. Os dados foram expostos durante o último painel no Fórum do Cacau, atividade que aconteceu no VI Chocolat Amazônia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau.
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Atualmente, a agricultura familiar é responsável por aproximadamente 35% do desmatamento de áreas no Pará, que são voltadas para a criação de pasto para gado. Por outro lado, a cacauicultura não precisa derrubar árvores. O cultivo do cacau alia a produção do fruto com a existência de outras árvores frutíferas e espécies da região amazônica. Por ser uma planta natural da Amazônia, o cacau (Theobroma cacao) está totalmente adaptado ao clima, à região e à vida com as outras espécies de plantas e insetos. Esses sistemas agroflorestais ainda formam zonas de microclimas com temperaturas mais amenas. O novo Código Florestal respalda o produtor para utilizar o SAF de Cacau para recuperar as áreas que foram degradadas.
Fundação Cargill apoia projeto de alimentação em Itabuna
A Fundação Cargill selecionou via Edital 2019 o projeto da Cooperativa de Desenvolvimento Territorial (COOPERAST), de Itabuna (BA). A organização implantará 20 hectares do sistema agroflorestal (SAF), com culturas de cacau, banana, seringa, goiaba e açaí, com o intuito de organizar a fruticultura e promover o desenvolvimento sustentável das 20 famílias envolvidas no projeto Construindo o Amanhã. A partir da assistência técnica e articulação com os agricultores familiares, a expectativa é que a produção tenha um maior valor agregado e gere complemento de renda dos beneficiados.
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento de projetos realizados por organizações da sociedade civil ou pessoas jurídicas com negócios de impacto social que estejam num raio de até 150 quilômetros do entorno das unidades e escritórios da Cargill, a Fundação Cargill selecionou 13 projetos de 8 estados brasileiros utilizando como critério o alinhamento e coerência com o propósito da instituição; a consistência, o impacto e a relevância do projeto proposto; assim como sua perenidade e a possibilidade de ser replicado em outros locais.
“Nossa equipe busca projetos que promovam a alimentação saudável, segura, sustentável e acessível do campo ao consumidor e seleciona os que combatem a perda e desperdício de alimentos e que fortalecem o empreendedorismo na cadeia da alimentação e/ou soluções e pesquisas no setor”, ressalta Yuri Feres, diretor-presidente da Fundação Cargill. Mais informações sobre o Edital 2019 e as 13 iniciativas selecionadas estão disponíveis na página oficial da Fundação Cargill: www.alimentacaoemfoco.org.br
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