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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

maio 2024
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:: ‘saci pererê’

Vamos trocar o saci-pererê pelo Dia das Bruxas?

A0 PÉ DA GOIABEIRA lopes

bddepd@gmail.com

 

saci (1)Corramos todos à aula de inglês, pois o pensamento de colonizados nos mostra que a língua portuguesa-brasileira está com os dias contados. E se isso era algo subjetivo, agora se torna explícito, após a eleição de um indivíduo de baixo nível cultural e altíssimo grau de subserviência aos Estados Unidos. Por via das dúvidas, é conveniente aprendermos todos a bater continência (military continence?) a todo tipo de pessoa ou coisa que nos lembre aquele país (presidente topetudo, bandeira, assessores de terceiro escalão, copos americanos, lojas americanas etc.), para sermos coniventes com a pantomima que se instalou no governo federal.

É claro que alguns colonizados já se anteciparam à destruição do patrimônio cultural que é a língua portuguesa e falam torcendo a boca, em feitio de gângsters de filmes B: em vez de treinador, dizem coach; gerente agora é manager; orçamento é badget; presidente (de empresa) virou chair man; pessoas importantes não têm cachorro, têm pet; bicicleta dessa gente é chamada de byke, documento é paper, centro é center, loja não mais dá desconto, tem preço off. E nada mais é grátis, agora é free. O (nem sempre) inocente intervalo do cafezinho passou a chamar-se cofee break, enquanto o velho molho de churrasco foi rebatizado como molho barbecue. Essa gente, que tem dinheiro mas não tem juízo, desconhece o que seja saci-pererê, mas comemora uma coisa chamada halloween. Não demora, vão trocar alguma de nossas festas típicas (o São João, por exemplo)  pelo Dia de Ação de Graças (que será dito, com a língua devidamente enrolada, Thanksgiving day). Se algum desses lesos aparecesse em outros tempos em Buerarema e chamasse a Barbearia de Mestre Alcides de Barber Shop seria posto pra fora a ponta-pés, pra aprender a respeitar nossas raízes culturais… Durante o Carnaval, a relação de anglicismos teve um acréscimo, feito pelo Capitão reformado: Golden Shower. “E o que é Golden shower” – perguntaria a ingênua leitora. Não digo. Além de cultivar um grande desamor pela baixaria, este é um blog familiar, que não pretende deixar coradas suas leitoras. Quem insistir em saber o que é Golden shower que consulte a enciclopédia de aberrações sexuais do clã Bolsonaro.

Resistir é preciso (e possível!)

ChicoA Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC-SP) e a USP tiveram no Vestibular deste começo de ano, realizado, como de hábito, pela Fuvest – questões sobre textos de Karl Marx e Chico Buarque. De acordo com o Estadão, jornal sabidamente comunista, alguns dos temas das perguntas de Português foram patriarcado, ditadura militar e racismo. O texto de Karl Marx foi usado para discutir a figura histórica da mulher no capitalismo. Os candidatos também tiveram que analisar o gênero discursivo da letra da música “Meu Caro Amigo”, de Chico Buarque, que retrata um momento da ditadura militar. Trata-se de uma “carta-canção” ao teatrólogo Augusto Boal (um que, perseguido pela ditadura, vagou, exilado, pela Argentina, Portugal e França, voltando aqui só em 1984, com a redemocratização), em que Chico, a propósito de dar notícias do Brasil, tece um panorama da mesmice em que se encontra o País: “Aqui na terra estão jogando futebol/Num dia chove/Noutro dia bate o sol”- Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta.”

Curiosamente, o mesmo Estadão publicou, há cerca de um mês, entrevista com o professor Vahan Agopyan, reitor da USP, e lhe perguntou sobre a implantação de uma excrescência chamada  “Escola sem partido”, uma das ideias medievais da extrema-direita brasileira que o prefeito João Dória quer transformar em lei. Respondeu o mestre:

 

Na USP, é impossível. Obedecemos às leis, mas coisas que ferem nossa autonomia a USP não precisa seguir. E isso fere. A universidade é um locus de debate. Formamos cidadãos.

 

“Mas, e se houver denúncias de alunos?”  – perguntou o Estadão. Resposta:

 

Denunciar para quem? Não vou criar um mecanismo de controle ideológico na USP…

 

Enquanto houver atitudes corajosas como estas da  Fuvest e do reitor da USP, estará viva a resistência contra o retrocesso que querem impor à população brasileira.

(Bddepd)

(As diatribes do Barão e sua equipe são publicadas às terça e sextas, quer chova, quer faça sol)

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