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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

março 2024
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:: ‘Paisagem’

Paisagem, de Regina Silveira

15Oscar D’Ambrosio

oscar 2Labirintos são locais de experimentação visual, em que o seu percurso, assim como os caminhos do cérebro, é mais importante que a saída. Construídos para desorientar quem neles penetra, podem assumir diversas formas. Quem mantém o foco chega ao simbólico centro e deve encontrar a saída.

O mais célebre é o Labirinto de Creta, que teria sido construído pelo arquiteto Dédalo para alojar o Minotauro, monstro que, com seu corpo humano e cabeça de touro, recebia, como oferendas, jovens que devorava. Teseu o matou e conseguiu sair da complexa estrutura graças ao fio de um novelo que desenrolou ao longo do percurso.

À luz da psicanálise, o labirinto é uma metáfora do cérebro. Graças ao fio da consciência, que tem em uma de suas pontas a apaixonada Ariadne, em meio à inconsciência (o percurso complexo), o herói encontra a saída. Nesse sentido, a cabeça do Minotauro representaria a inconsciência (o lado animal) e o seu corpo humano, a capacidade de superação.

O labirinto de Regina Silveira (1939), chamado “Paisagem”, traz novas discussões. Trata-se de uma estrutura metálica com placas de vidro que, pela sua transparência, não apresenta dificuldades de encontrar a saída. As intervenções realizadas, que trazem a ideia de estilhaços, porém, evocam fragmentação e violência em suas múltiplas facetas.

Quebrar uma parede de vidro pode ser uma maneira de atingir a liberdade e de dialogar com o outro, tocando quem está do outro lado. Seja pela aproximação visual que a transparência permite ou pelo isolamento que o vidro gera, percorrer a “Paisagem” proposta por Regina Silveira é um vencer distâncias internas e externas.

Originalmente usados como armadilhas para maus espíritos e para realizar rituais religiosos, os labirintos, na Idade Média, eram um caminho de peregrinação para chegar a Deus, que ficaria no centro da jornada. Na contemporaneidade, a simbologia se perdeu. No entanto, a artista recupera esse estímulo ao entender o local como um espaço externo de reflexão interior.

 





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