:: ‘hora extra’
Hora extra Tricolor
Daniel Thame
Primeira rodada da Copa Libertadores. O São Paulo enfrenta o The Strongest, da Bolívia, em casa e consegue a suprema façanha de perder por 1×0.
´Não passa da primeira fase`, perpetravam os críticos.
E parecia que não iria passar mesmo, porque na sequência veio um empate apenas razoável com o River Plate na Argentina e outro empate, desta feita desastroso, com o zé-ninguém Trijullanos da Venezuela.
Dois míseros pontos em nove disputados, precisando de pelo menos sete pontos nos próximos nove em disputa, além de tropeços alheios.
`Está morto e sepultado`, replicavam os mesmos críticos. Razões eles tinham.
Denis se mostrava um goleiro inseguro, diante da responsabilidade de substituir o Mito Rogério Ceni. A defesa, igualmente insegura, deixava o time vulnerável.
Para completar, um meio de campo dependente dos lampejos de Ganso e um ataque mais dependente ainda de Calleri.
Ai veio a goleada obrigatória de 6×0 sobre o Trijullanos, o 2×1 sobre o River que parecia um canto de cisne e, no jogo final, um empate arrancado a suor e sangue em La Paz.
Classificação na Bacia das Almas.
´Já está fazendo hora extra`, decretou um comentarista da ESPN com a concordância de seus colegas.
Se estava mesmo, se tornava um operário limitado, mas cumpridor de seus deveres.
Nas oitavas, despachou o bicho papão Toluca com uma goleada de 4×0 em casa, que transformou o jogo de volta (derrota de 3×1) em algo irrelevante.
´Foi longe demais`, era o mantra. O Atlético MG era o grande favorito nas quartas de final. Era, porque o 1×0 em casa e o 1×2 em Belo Horizonte colocaram o São Paulo nas semifinais da Libertadores.
Denis continua inseguro, a zaga não é confiável (embora Maicon tenha se revelado o xerife que todos imaginavam ser Lugano), Ganso não consegue repetir dois bons jogos e Calleri briga e brilha sozinho no ataque. Teve também, ai como saldo positivo, a ´ressurreição` de Michel Bastos.
É pouco para passar das semifinais ou ser campeão?
Desse time improvável que o técnico argentino Patón Bauza transformou numa equipe guerreira, tudo é possível.
A semifinal será contra o Atlético Nacional, da Colombia, melhor time da competição até agora.
Porque não, depois de tanta hora extra, bater o cartão de ponto como Campeão da América?
-o-o-o-
É gol- Luiz Suarez, que desbancou Messi e Neymar como goleador do Barcelona, só não será o melhor do mundo da FIFA porque não tem o pedigree (ops!) de Cristiano Ronaldo. Mas é um baita de um atacante.
É pênalti- Se antes tinha coisas que só aconteciam com o Botafogo, hoje tem coisas que só acontecem com o Flamengo.
Em 2016, três competições e três eliminações precoces.
A coisa está tão feia que até Adriano se oferece como salvador da pátria rubro negra.
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