:: ‘cárcere privado’
Dono de centro de recuperação dependentes de drogas é preso por cárcere e maus tratos
O proprietário e três empregados do Centro de Recuperação para Dependentes Químicos Refúgio Forte, localizado em Simões Filho, foram presos, por investigadores da 22ª Delegacia de Simões Filho, depois de familiares denunciá-los de maltratar e manter em cárcere privado os internos da instituição. O Alex Sandro Silva dos Santos, de 33 anos, e os colaboradores André Luiz de Santana Ferreira, 27, Jalisson Luiz de Oliveira Santos, 30, e Márcio Martins, 35, foram apresentados à imprensa, na manhã desta sexta-feira (16), pelo delegado Rogério Ribeiro, titular da 22ª DT/Simões Filho, que deu detalhes das investigações.
Com apoio da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), investigadores da DT/Simões Filho foram ao Refúgio Forte para apurar até onde as denúncias de familiares de um dos internos eram reais. Ali, os policiais descobriram que, durante a noite, os presos permaneciam confinados nos dormitórios, cujas portas eram trancadas com correntes e cadeados.
Apuraram também que o local não possui alvará de funcionamento, constatando ainda que o local não apresentava condições adequadas de higiene. O piso dos banheiros é de terra, não possuem azulejos e nem chuveiros, obrigando os internos a usarem bacias para tomar banho. Não havia serviço médico, enfermaria ou apoio psicológico para atender os internos. A mensalidade paga pelos internos é de R$ 500 mensais.
O delegado disse que vai solicitar ao Ministério Público (MP) a interdição do centro de reabilitação e a transferência dos cerca de 50 internos. Autuados em flagrante por cárcere privado e maus tratos, Alex Sandro, que não tem uma profissão ou outra fonte de renda e é tratado como pastor pelos internos, André Luiz, Jalisson Luiz e Márcio permanecerão custodiados na carceragem da unidade policial, à disposição da Justiça.
Desempregado mantem a mulher grávida em cárcere privado
Acusado de espancar, estuprar e manter sua companheira, grávida de oito meses, em cárcere privado, o desempregado Jeferson Silva de Jesus, 23 anos, foi preso, por investigadores da Delegacia Territorial (DT/Morro do Chapéu). Os crimes aconteceram na residência do casal, no povoado de Fedegosos, local onde ocorreu a prisão.
Jeferson foi denunciado, no domingo (19), pela própria mulher à polícia, momentos depois que familiares a libertaram de uma jornada de mais de 72 horas como cativa no quarto do casal. Armado com um facão, o desempregado ainda tentou impedir a libertação, ameaçando a companheira e as pessoas que tentavam ajudá-la. Um cunhado, que sofreu um corte na mão ao entrar em luta corporal com Jeferson, foi medicado e passa bem.
Ao checarem os antecedentes criminais do agressor, os policiais descobriram que ele já responde a um processo por estupro, também em Morro do Chapéu, e tem mandado de prisão preventiva em aberto, decretado pela comarca de Piritiba, por roubo.
Vigilante mantinha mulher e filhas presas em casa
Um controle remoto de TV, danificado depois de ter caído das mãos da filha, levou o vigilante Janilton Cosme Silva e Silva (foto), de 32 anos, a agredir e manter em cárcere privado, por quase 24 horas, a mulher Zorilda Silva Santos, 35, e as duas filhas do casal, de 11 e 12 anos. Elas foram libertadas, depois que informações encaminhadas ao Disque-denúncia chegaram à 2ª Delegacia Territorial (DT/ Lapinha), que enviou uma equipe de investigadores à Avenida Monteiro, no Largo do Tanque, onde o vigilante reside.
Recebidos com salva de palmas pelos vizinhos das vítimas, os investigadores tiveram dificuldades em retirar o cadeado que mantinha a casa fechada. Os moradores estavam satisfeitos com a ação da polícia, porque não era a primeira vez que o vigilante batia na mulher e filhas ou mantinha a família presa. Resgatadas, na delegacia, Zorilda negou que estivesse presa com as filhas ou que o marido batesse nela, mas as filhas rebateram a mãe, afirmando que o pai não só batia na mãe, mas nelas também.
Segundo as duas crianças, o pai é muito ciumento e não permite, por exemplo, que elas frequentem a escola nas sextas-feiras, uma vez que nesse dia, no entendimento do pai, as aulas são recreativas, com tempo livre para que elas pensem em namorar. Disseram também que ele não queria que a mãe, apesar de formada em enfermagem, trabalhasse, exigindo que ela cuidasse da família e da casa.
Janilton e Zorilda estão casados há doze anos e, segundo os vizinhos, o vigilante sempre agiu com agressividade com as três, mantendo-as trancafiadas em casa quando estava aborrecido com alguma delas.
Idoso era mantido em cárcere privado por ex-empregada
Deficiente auditivo, sem filhos e sem nenhum contato com os familiares desde a morte da mãe, há quatro anos, um aposentado de prenome Galdino, 68 anos, vinha sendo mantido em cárcere privado por uma ex-empregada conhecida como Ana Lúcia, até ser resgatado, na tarde desta sexta-feira (25), por investigadores da Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (DEATI), na casa dela, situada na Avenida Lima e Silva, na Liberdade. Interessada no dinheiro da aposentadoria, Ana Lúcia foi surpreendida pelos policiais numa agência bancária, no centro de Salvador, quando aguardava a liberação de um novo cartão de débito do idoso, solicitado à gerência.
Galdino havia sumido de sua casa, na Rua Vitor Serra, no bairro Pero Vaz, há quase um mês. Seu desaparecimento foi comunicado à DEATI, que, durante as investigações, conseguiu localizar alguns familiares do aposentado e descobrir o paradeiro de Ana Lúcia. A ex-empregada e uma parente de Galdino encontraram-se hoje à tarde na sede da DEATI, nos Barris, tendo a familiar levado o aposentado para a residência dela, no bairro de Roma.
Desde o dia 31 de outubro, Galdino estava vivendo num quarto na casa da ex-empregada, que, segundo apurou a polícia, cuidou da mãe do aposentado até o falecimento. Ao saber do isolamento de Galdino, Ana Lúcia decidiu administrar a aposentadoria dele depois de descobrir que um casal vinha se apropriando do benefício, tendo até adquirido um veículo por meio de empréstimo de R$12 mil contraído em nome da vítima. As identidades do casal, e os nomes completos de Ana Lúcia e Galdino estão sendo mantidos em sigilo, para não atrapalhar o andamento da investigação.
Nesta sexta-feira, a ex-empregada dirigiu-se à agência bancária onde o idoso é correntista e solicitou o bloqueio do cartão que estava em poder do casal. Desconfiado da atitude de Ana Lúcia, o gerente do banco acionou a equipe da DEATI, antes de providenciar o novo cartão solicitado. A ex-empregada e uma amiga que a acompanhava foram conduzidas à delegacia, onde prestaram depoimento.
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