obama(da AFP) – O presidente Barack Obama afirmou nesta nesta terça-feira (20) que os Estados Unidos superaram os anos de guerra e de dificuldades econômicas e “viraram a página” da recessão, em um discurso à Nação no qual propôs o fim do embargo a Cuba.

“Se passaram quinze anos deste novo século, quinze anos que começaram com um ataque terrorista em nossas costas que criaram duas guerras, longas e custosas, e que viram uma selvagem recessão que se expandiu pelo país e o mundo. Foi e continua sendo um tempo difícil para muitos, mas esta noite viramos esta página”.

Diante dos recentes indicadores econômicos positivos, que incluem o maior crescimento em 11 anos, um déficit decrescente, uma produção industrial a pleno vapor e condições energéticas excepcionais, os Estados Unidos “têm mais liberdade para escrever o seu futuro do que qualquer outro país da Terra”.

Ao abordar um de seus temas recorrentes, o crescente abismo entre ricos e pobres nos Estados Unidos, Obama desafiou os legisladores: “Aceitaremos uma economia onde apenas alguns poucos de nós vão espetacularmente bem? Ou vamos nos comprometer com uma economia que gera renda e oportunidades crescentes para todos que se esforçam”?

“O veredicto é claro: a economia para as classes médias funciona”, assinalou o presidente.

Obama propôs aumentar a carga tributária sobre os mais ricos, assinalando que no prazo de duas semanas enviará ao Congresso mais detalhes sobre este plano.

Diante de um Congresso dominado por seus adversários republicanos, Obama apresentou suas prioridades para investir os frutos da recuperação econômica: facilitar o acesso à propriedade, melhorar o acesso à internet de alta velocidade e a gratuidade dos “community colleges”, centros universitários de formação de curta duração.

O presidente americano destacou que os partidos Democrata e Republicano devem trabalhar trabalhar juntos para resolver alguns problemas do país, evitando a paralisia do Congresso.

Em outro trecho do discurso, Obama disse que o Congresso deve trabalhar em 2015 em iniciativas para acabar com o embargo econômico a Cuba, visando o fim de “um legado de desconfiança em nosso hemisfério”.

Ao adotar uma nova abordagem em nossas relações com Cuba, “estamos acabando com uma política que deveria ter terminado há muito tempo”. “Quando alguém faz algo que não funciona durante cinquenta anos, chega a hora de testar algo novo”.

Obama recordou que o Papa Francisco lhe disse que a diplomacia é um trabalho de “pequenos passos”. “Estes pequenos passos estão se somando para dar uma nova esperança ao futuro de Cuba”.

O empreiteiro americano Alan Gross, que passou cinco anos em uma prisão cubana por “atentados à segurança do Estado” e foi libertado em dezembro, mereceu uma saudação especial de Obama.

“Após passar anos na prisão, o fato de que Alan Gross esteja novamente entre nós nos enche de alegria: bem-vindo à casa, Alan”, disse Obama a Gross, um dos convidados de honra da cerimônia.