De Helenilson Chaves para Daniel Thame

Daniel Thame
Buscando algo para reler na minha modesta biblioteca caseira eis que, ao abrir um livro por acaso, me deparo com uma mensagem enviada para mim por Helenilson Chaves, amigo de uma vida e irmão de alma.
O ano era 2001 e Helenilson, empreendedor nato e um apaixonado pelo Sul da Bahia, me agradecia pela defesa que eu fazia, à época como gerente jornalismo da TV Cabrália e editor do jornal A Região, da manutenção e modernização do Porto do Malhado, em Ilhéus, que estava sendo sucateado, num dos impactos terríveis da vassoura-de-bruxa, com suas tragédias de proporções apocalípticas.
Além dos já citados espírito empreendedor e do amor pela região, Helenilson Chaves tinha visão de futuro e sempre acreditou que superada a crise que já durava mais de uma década, o Sul da Bahia encontraria novos caminhos, dessa vez em bases sustentáveis. E apostava na Educação como porta de entrada para o presente e o futuro.



Para não ficar só na retórica, ele próprio implantou o Shopping Jequitibá, no momento mais feroz do ataque da VB. De certa forma, o shopping, feito de concreto e simbolismo ao mesmo tempo, nos devolveu a autoestima e mostrou que sim, era possível dar a volta por cima.
Helenilson Chaves hoje habita um lugar chamado Eternidade e eu, que me tornei um legitimo grapiúna das terras do cacau, continuo labutando e peleando, mesmo que às vezes tenha a impressão de estar lutando contra moinhos de vento. Reais ou imaginários.
(Helenilson Chaves, dos longos papos de final de tarde, regados a puros habanos, generosas taças de Veuve Clicquot e de sonhos. Até que esses papos se renovem, num outro plano espiritual, outra dimensão)

Ah, o nome do livro aberto ao acaso, com a carta de Helenilson dentro é “Ensaio sobre a lucidez”, de José Saramago.











