A magia do ecoturismo em Bonito
Um dos principais destinos de ecoturismo do Brasil é Bonito, no Mato Grosso do Sul. O nome foi adquirido porque antigamente havia na região uma fazenda chamada Rincão Bonito. Para além disso, não faltam motivos para que a cidade faça jus a esse nome. É um lugar incrível para contemplar rios cristalinos, a vida aquática, observar aves e outros animais silvestres, visitar cavernas, fazer rapel, ciclismo, mergulho com cilindro…
As possibilidades são inúmeras e é exatamente isso que impressiona em Bonito, seu potencial de sempre oferecer atividades novas, atividades de natureza e poder apreciá-la das mais diversas formas.
Desembarquei nessa pequena joia brasileira para explorar um pouco das belezas sul-mato-grossenses através do Inspira Ecoturismo, realizado pelo SEBRAE/MS, com o objetivo de proporcionar aos participantes compartilhamento de conhecimentos, oportunidades de negócio, networking, visitas técnicas aos atrativos, tudo isso a fim de inspirar e fomentar o empreendedorismo e a inovação relacionados com as atividades turísticas nos destinos com vocação para o turismo sustentável.
Bonito é uma referência internacional em Ecoturismo e eu não poderia ficar de fora dessa. Ao longo dos dias fui percebendo que Bonito tem um jeito diferente de fazer turismo. Todos os passeios têm número limitado de visitantes (não há interesse em turismo de massa) e, para quem não gosta de destinos em que as pessoas ficam oferecendo atividades nas ruas o tempo todo, lá é excelente porque isso não acontece.
Logo que a região foi despertando para a vocação turística, algumas ações foram desenvolvidas. Uma delas foi a implantação nas agências de turismo da cidade do chamado voucher único, um sistema compartilhado pelas agências e propriedades privadas que oferecem os passeios (boa parte dos passeios são feitos em propriedades privadas, que são como grandes fazendas, geralmente com uma sede onde os visitantes são recepcionados).
Nenhum passeio em Bonito pode ser realizado sem o voucher (devem ser agendados com antecedência de maneira online ou na própria cidade), já que não é possível chegar ao local onde é realizada a atividade e lá decidir visitá-la. Nele está especificado o horário do passeio, o número de vagas e o guia de turismo. Além disso, é um documento fiscal municipal. Sistematizado, tem controle online e, uma vez emitido, todos os atores do turismo (guias, atrativos, transporte, agências…) ficam cientes e se tornam responsáveis pelo controle de satisfação do visitante. O voucher só pode ser emitido por uma agência de turismo local e credenciada.
Como os passeios que realizei foram todos junto à natureza, a proposta de limitação do número de visitantes é interessante, pois gerou em mim uma experiência sensorial mais assertiva com o lugar e me fez entender acerca da capacidade de carga de cada um deles.
Bastante organizado, o turismo incentiva a preservação, conservação e regeneração da região valorizando todos os atores envolvidos nela.
Foram dez dias incríveis traduzidos em conhecimento, emoção, prazer, inspiração e satisfação. Lugares que me emocionaram sobremaneira, como o Buraco do Macaco, uma gruta formada pela erosão do Córrego da Boca da Onça com entrada, a nado, através de um túnel, e uma viagem ao centro da Terra no Abismo Anhumas experienciando um mergulho com cilindro.
Bonito é o encontro com a natureza plena, aliado a experiências únicas, não só por ter as águas mais transparentes em seus rios, cachoeiras e grutas, mas por me colocar frente a frente com a magia da vida.
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Anna Lívia Ribeiro é ilheuense, Mãe, Avó, Pedagoga, Especialista em Educação Infantil, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Graduanda em Gestão em Turismo, Agente de Viagens.