alice shintani vf Oscar D’Ambrosio

 

oscar 2A série de pinturas “Mata À VENDA”, de Alice Shintani, na Galeria Marcelo Guarnieri, dialoga com a Série “Mata”, exposta na 34ª Bienal de São Paulo. A primeira, pintada com tinta acrílica sobre tela, está em um espaço comercial; e a segunda, feita com guache sobre papel, pertence ao acervo da artista.

Esses aspectos de local, tamanho (220 x 160 cm na galeria; e 75 x 55 cm, na Bienal) e técnica levantam aspectos de mercado e da institucionalização das artes visuais. No entanto, uma outra porta de entrada está na observação da imagem em si mesma. A obra visual que alude ao Guaraná que está na Galeria é, de por si, significativa.

Não se trata de uma imitação do real, de uma representação do fruto, mas de uma interpretação visual dele. Isso significa que as formas orgânicas que surgem, muito mais do que buscar as suas referências naquilo que entendemos como ser o mundo “verdadeiro”, são o resultado de pesquisas pictóricas.

O resultado pode ser lido em suas dimensões. Uma delas, horizontal, lida com os elos que a imagem estabelece com o mundo; outra, vertical, com os questionamentos internos da artista. No processo de escolhas de composição, linhas e formas, Alice Shintani oferece uma linguagem própria, de grandes proporções, técnica apurada e de ampla repercussão visual.