Edinelvan Batista Lima

 

covidÉ muito confortável a quem não tem que dividir diariamente o transporte público coletivo superlotado com outras pessoas, vir a público para pedir calma e para que as pessoas não entrem em pânico. Sim, com carros, aviões, helicópteros institucionais e individuais à disposição, entendo a calma, somente não concordo! Gostaria de ver a mesma calma se estes tivessem que dividir o “buzu”  com 60/70 pessoas ou dividir o m² com mais 8 pessoas dentro de um metrô que comporta 400/500 pessoas.

Aos chefes institucionais, não é nada oportuno nesse momento preocupar-se apenas com a saúde do seu empregado/trabalhador/servidor, mas é preciso ter a sensibilidade de perceber que por trás desse guerreiro/guerreira tem uma família que em sua maioria é constituída de pessoas consideradas de grupo de risco, como idosos, gravidas/gestantes e crianças menores de 2 anos.

Vale lembrar que esses mesmos chefes também tem família, mas o grau de riscos aos quais estão expostos e expõem seus familiares são mitigados e bem menores devido a comodidade e conforto que possuem.

Não pedimos que desliguem suas máquinas e fechem suas fábricas, empresas e instituições e parem tudo, mas apenas tenham bom senso de tomarem medidas que venham  a calhar e contribuir para que não tenhamos um surto de proporções incontroláveis.

Não pedimos que espalham o pânico generalizado, mas que tenham consciência e não joguem “o lixo” para debaixo do tapete, em outras palavras nas “valas fundas”.

Enfim, sabemos que poderíamos ter amenizado o caos que está a nos assolar, mas fomos negligentes. Não demos a devida importância e não tomamos as ações necessárias as quais eram exigidas no momento outrora.

Agora, como “bom brasileiro”, saímos desesperadamente batendo às portas após ser roubado. E o picadeiro já não é suficiente para esconder o incamuflável. O certo é que a Covid-19 segue insaciável e já ganhou o mundo, desprezando barreiras e fronteiras.  E aqui no “Brazil”, o número de casos confirmados de coronavírus mostram e confirmam que às medidas adotadas até o momento não estão dando conta do recado.

——

Edinelvan Batista Lima, Servidor Público na Universidade Federal do Sul da Bahia, Especialista em Gestão Pública na Universidade Candido Mendes, Bacharel em Administração na Universidade Federal da Bahia  e estudante de Direito na Universidade de Santa Cruz