Reafirmando o posicionamento inteiramente contrário à Medida Provisória 905/19, já manifesto pela Câmara Municipal de Salvador em dezembro, diversos sindicatos e representações das profissões diretamente atingidas pelo parágrafo 51 da Medida, se reuniram para debater o assunto em audiência pública, convocada pelo vereador Marcos Mendes (PSol), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), na manhã desta quarta (04), no Centro de Cultura da Casa.

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Com veemência, as categorias profissionais denunciaram mais esse ataque do governo Bolsonaro aos direitos trabalhistas, conclamando deputados federais e senadores a também se posicionarem no sentido de rejeitar a MP na íntegra, assim como qualquer outra iniciativa que venha a ferir direitos adquiridos, princípios constitucionais e valores civilizatórios que vêm sendo sistematicamente postos à prova por esse governo.

Representatividade
A mesa da Audiência foi composta pelo vereador Marcos Mendes; pelo presidente do Sinjorba, Moacy Neves; por Everaldo Monteiro, diretor do Sinterp; por Luís Enrique Vieira, do Departamento de sociologia da UFBA; por Wellington Maciel, vice-presidente do SINAIT/BA; por Suzana Barbosa, diretora da Facom-UFBA; por Dirceu Martins, Diretor do Instituto de Química da UFBA e por Mário Diniz, diretor do Safiteba.
Um documento com o resultado das discussões da Audiência Pública será encaminhado aos deputados federais antes da votação da MP 905 em plenário, que deve acontecer até o dia 11 de março, quando sua validade expira. O texto vai explicitar a posição das organizações presentes contra a aprovação da matéria.

Enfrentamento prossegue
O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, avaliou o evento como bastante positivo, pois mantém em destaque o debate sobre a desregulamentação profissional. “Apesar do relator garantir que vai retirar o artigo 51 da Medida Provisória, que trata dos registros, a luta contra os ataques deste governo aos jornalistas e a outras profissões vai continuar e um debate como este na Câmara permite a diferentes setores se posicionar e construir a unidade para enfrentar novas iniciativas neste sentido”, declarou. O sindicalista também argumentou que outros pontos deste projeto são bastante nocivos aos trabalhadores e que a retirada da MP de pauta é a meta a ser perseguida neste momento.