
Por que o chocolate pode e deve permanecer na nossa alimentação?
Andrea Spier
Passado o momento de celebrar a Páscoa, em que o consumo de chocolate aumenta, e muito…temos ainda as sobrinhas deles em casa, que vamos degustando aos poucos, com o sentimento de que deveriam durar para sempre e não acabar nunca!!!! Mas por que não fazer o chocolate entrar na rotina alimentar?
Isso é possível sim, desde que consumidos chocolates de boa qualidade e em quantidades moderadas, podemos fazer deles grandes aliados na manutenção da boa saúde e prevenção de algumas doenças.
A maioria das pessoas associam o alimento ao bem estar que se traduz em felicidade, é ou não é verdade?? Isso por que o chocolate é feito a partir das amêndoas do cacau, que contém inúmeras substâncias, entre elas a Feniletilamina, que ativa a produção de dopamina e serotonina, hormônios relacionados a sensação de prazer e bem estar.
Rico em flavonoides, substancias antioxidantes (aquelas que combatem os radicais livres), essas contribuem para saúde cardiovascular e envelhecimento precoce, as catequinas, por exemplo , agem aumentando o HDL (colesterol bom) além de diminuir o LDL (colesterol ruim). Ainda tem a cafeína que promove o estado de alerta e minerais importantes como magnésio, zinco, ferro e cromo. Entretanto, todas essas substancias encontram-se potencialmente na amêndoa do cacau e não necessariamente no chocolate beneficiado.
Aos chocolates a indústria pode adicionar açúcar, leite e gorduras vegetais o que reduz a quantidade de cacau nele concentrada, reduzindo assim seu poder de benefícios à saúde. Por isso, o consumo inteligente deverá ser do “nibs” do cacau que nada mais é que a amêndoa triturada, ou de chocolates com 70% de cacau no qual prevalece a massa de cacau, com pouquíssimo açúcar e nada de leite. Em relação a quantidade, 30 gramas são suficientes para aproveitarmos os benefícios desse alimento. Vale lembrar que chocolate branco não é considerado chocolate porque não contem a massa de cacau, apenas a manteiga de cacau associadas a gorduras, muito açúcar e leite.
Caso você não tenha o hábito do chocolate mais amargo e intenso, uma dica é ir aumentando gradualmente a concentração do cacau no consumo, em pouco tempo seu paladar se tornará exigente em relação ao sabor do cacau. A nossa região produz amêndoas de ótima qualidade, proferindo chocolates excelentes, assim somos privilegiados com muitas opções.
Atentos à qualidade e quantidade o chocolate amargo poderá fazer parte da rotina alimentar, associado a uma dieta de boa qualidade e atividades físicas, não há o que temer, ele ajudará inclusive na perda de peso. Um abraço bem nutrido e muitas felicidades com chocolate!!!
Andrea Spier é Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica e Saúde Pública e Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna