Daniel Thame

 

dthameEsse ano eu me comportei muito bem.

Tá certo, muito bem é exagero. Digamos que eu dei umas pisadas na bola.

Nada que se compare a um Eduardo Cunha, um José Maria Marin, um Delcidio Amaral, um Marco Polo Del Nero, porque esses não apenas pisam na bola, mas também roubam a bola e as boladas.

Digamos que fui razoável, o que no meio de tanta gente ruim e péssima, até que está bom. Calma ai, Papai Noel, falei em roubalheira, em péssima, ruim, regular, bom e ótimo, mas não vou pedir um FBI nem uma pesquisa do IBOPE de presente.

O que eu queria mesmo com essa lenga-lenga toda pra preparar o seu espírito sem ir direto no assunto, era um time para 2016.

Como o senhor deve saber, além de petista, eu sou são-paulino, duas coisas que não me deram lá muitas alegrias em 2015. Pra ser sincero, deram pouquíssimas alegrias. Ter chegado inteiro (ou quase) até o fim do ano apesar de tantos percalços e ter se classificado na bacia das almas para a Libertadores aliviam a alma, mas não apagam as pancadas desse ano terrível (annus terribilis daria margem pra duplo sentido, já basta a dupla porrada).

Não vou pedir uma presidente nova, porque já tem o Aécio, o Temer, o Cunha e um monte de gente pedindo, Nisso eu sou mais Fiel do que torcedor do ex-time da Marginal que ganhou um estádio novo lá pra bandas de Itaquera. Sei que não foi presente seu, mas de outro barbudo, mas deixa pra lá.

O que eu queria pedir por ter sido um bom sujeito (tá bom, tá bom, um sujeito razoável), era um time que não seja apenas razoável em 2016.

Um São Paulo que desse mais alegrias do que tristezas, que ganhasse mais do que perdesse, que tivesse um mínimo de garra, de sangue.

Se não der pra nos presentear com um monte de craques, já que o senhor deve estar de saco cheio e nem tem tanto craque assim disponível, que nos mande uns dois ou três que saibam jogar futebol e que honrem a gloriosa camisa tricolor. Uma opção barata seria fazer Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos e Wesley, que já estão lá no Morumbi mesmo, jogarem metade do que pensam que jogam.

Mas ai já estaríamos entrando na categoria milagre, que não é bem sua área.

Resumindo esse bolodório todo, querido Papai Noel: meu pedido é que em 2016 o senhor presenteasse esse escriba são-paulino com um título de campeão, um Paulista, ou uma Copa do Brasil ou uma Libertadores.

Enfim, um título!

Ah, e manda junto um manual pra saber como comemorar, porque já faz tanto tempo que ganhamos um que nem me lembro mais.

——

Feliz Natal e um 2016 igualmente feliz a essa minha meia dúzia de dez ou onze leitores.

 Merecemos.