*Marco Wense

marco wenseLembro do saudoso Manoel Leal quando alguém vai direto ao assunto, sem evasivas e subterfúgios.

O fundador do semanário A Região, hoje sob a batuta do filho, o não menos polêmico e destemido Marcel Leal, não tergiversava frente a uma decisão, por mais complicada que fosse.

Essa semana, por exemplo, lembrei de Manoel Leal quando Silvio Santos deu um “não” a Rachel Sheperazade, jornalista, apresentadora e âncora do jornal SBT Brasil.

Rachel queria o aval do patrão para criticar a presidente Dilma Rousseff. Silvio Santos, sem titubear, disse: “Olhe, Raquel, se o Aécio tivesse vencido, tudo bem. Mas como a Dilma ganhou, é melhor você continuar calada”.

A paixão de Leal pelo jornalismo era indescritível. Dia de domingo não era dia de descanso, e sim de muito trabalho. Manoel Leal, muito feliz da vida, distribuía pessoalmente o jornal.

A sinceridade de Manoel Leal assustava. Escrevia o queria escrever, dizia o que queria dizer. “Manoel Leal nos ofereceu ensinamentos, nos ofereceu lições de coragem”, dizia o saudoso Eduardo Anunciação.

Anunciação, meu querido primo e amigo, parceiro no blog Política, Gente e Poder, tinha uma verdadeira admiração por Leal: “Foi o vinagre, fel para os poderosos, como foi o açúcar, vinho, o mel para os amigos”.

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Aécio, o oposto de Tancredo

Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff na sucessão da própria Dilma, é neto do já falecido Tancredo Neves, eleito presidente do Brasil pelo famigerado Colégio Eleitoral (1985).

O tucano, que aparentava ser seguidor das regras democráticas, um conciliador como o avô, não consegue esconder sua torcida por um “terceiro turno”.

O ex-governador de Minas cospe na biografia do avô. O jornalista Sérgio Saraiva tem razão quando diz que “Aécio Neves, na encruzilhada da vida, entre Tancredo e FHC, fez a escolha errada”.

A linha golpista é a lacerdista: Se ganhar, não toma posse. Se tomar posse, não governa.

Aécio não tem nada do avô Tancredo, mas tudo do emplumado Fernando Henrique Cardoso, o mais exótico e narcisista do tucanato.