Geraldo-Simoes  O deputado federal Geraldo Simões apresentou no Congresso Nacional uma carta aberta  aos demais deputados, à Presidência da República, ao Congresso Nacional, ao Ministério da Justiça, ao Supremo Tribunal Federal, ao Ministério Público, à FUNAI, à OAB, ao CIMI, aos produtores rurais, às lideranças indígenas, ao Governo da Bahia, ao povo baiano, particularmente ao povo de Ilhéus, Una e Buerarema e às Nações Unidas – ONU.

Ele se disse  surpreendido por uma carta aberta do cidadão Rosivaldo Ferreira da Silva – autodenominado Cacique Babau, onde ele terminava com um parágrafo, que reproduziu textualmente: “Se alguma coisa acontecer com minha pessoa e meus irmãos, foi essa Polícia que está aqui na região, que o ministro mandou para a aldeia. Sendo que a ordem de matar partiu do Deputado Geraldo Simões” .

A referida carta, de uma página inteira, denuncia supostas ameaças e arbitrariedades de autoridades e da Força de Segurança Nacional, na aldeia indígena Tupinambá da Serra do Padeiro. Essas ameaças estariam destinadas a intimidar o Cacique Babau, liderança do conflito indígena que assola a região de Ilhéus, Una e Buerarema há vários anos.

Diante dessa denuncia de extrema gravidade, Simões manifestou  a necessidade de comprovação dos fatos. “Não compactuo com nenhuma violência contra comunidades indígenas e repúdio a busca de soluções violentas para o conflito de terras na região, que têm se caracterizado por invasões armadas, espancamento de agricultores, assentados e seus familiares e até mesmo por assassinatos, como foi o recente assassinato, no dia 10 de fevereiro de 2014, do senhor Juraci dos Santos, trabalhador rural, Ex-presidente do Assentamento Ipiranga, casado com Elizângela Martins e pai de Tailane, fato que gerou ainda mais violência”, declarou o deputado..

Ele ressaltou que “não só repúdio fatos como estes, como solicitei ao Ministro da Justiça a intervenção do Governo Federal, com o intuito de garantir a paz e a solução negociada do conflito, assim como garantir a Lei e o respeito à Constituição, identificar os responsáveis por crimes e criar condições para a atuação da justiça”.

“Minhas posições a respeito do conflito estão claramente expostas em diversos pronunciamentos que realizei na Tribuna da Câmara dos Deputados e  no Projeto de Lei nº  6818 de 2013, que estão transcritos em separata, publicação destinada a divulgar os trabalhos parlamentares. Em nenhum momento defendo a violência e o desrespeito dos direitos das comunidades indígenas”, asseverou.

Em diversos pronunciamentos o deputado denunciou o clima de violência e defendeu a criação de um canal de negociação, com a participação todos os interlocutores, devidamente identificados, onde a problemática seja considerada objetivamente, tomando em considerações não só os direitos históricos dos indígenas, mas a realidade do Brasil atual e os direitos dos assentados e agricultores.

Para Geraldo Simões, “a  proposta de radicalização extrema dos direitos indígenas é uma forma provocadora de inviabilizá-los e gerar mais derramamento de sangue. Só para mencionar, índios que povoavam as terras do Rio de Janeiro e reconhecidamente foram extintos, seguramente deixaram descendentes que, reconhecidos ou auto declarados, terão direitos sobre grandes extensões de terras, obrigando a retirada de seus atuais ocupantes. O mesmo poderíamos dizer de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Manaus ou de todo o Brasil”.

“O reconhecimento a este direito não está questionado e todos os conflitos devem ser resolvidos pela Justiça, de preferência de comum acordo entre as partes, em processo negociado e pacífico. No entanto, a extrapolação destes direitos levará à radicalização generalizada de conflitos, colocando inclusive em risco a paz e a unidade da Nação brasileira”, afirmou.

“A propósito, nessa questão indígena, faço minhas as palavras do Papa Francisco, quando aqui esteve em julho passado: Considero como fundamental, para enfrentar o presente, o diálogo construtivo. Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, a opção sempre possível é o diálogo´. Esse diálogo é o que deve ser buscado na negociação entre as partes do conflito. É isto que venho reiteradamente propondo”, finalizou Geraldo Simões.