
Criador do fuzil AK-47 sobrevivia vendo vodka
Um dos militares mais condecorados da Rússia, Mikhail Kalashnikov, inventor do fuzil de assalto AK-47 (ou “Avtomat Kalashnikova”), morreu no último dia 23/12 na República de Udmúrtia, aos 94 anos de idade.
Estima-se que a arma, que desenhou em 1947, quando era oficial do Exército Vermelho e se recuperava de ferimentos sofridos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), vendeu 100 milhões de exemplares.
O fuzil logo se tornou o rifle de assalto padrão da infantaria da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, nos anos seguintes, passou a ser adotado por exércitos de mais de 80 países, por guerrilheiros radicais e até por terroristas como Osama bin Laden.
Ao jornal britânico “Guardian”, ele declarou, em 2002, que “gostaria de ter inventado um aparador de grama.” Noutra ocasião, afirmou “quando vejo na televisão Bin Laden com seu AK-47, fico revoltado. Mas o que posso fazer? Os terroristas não são tolos e escolhem as armas mais confiáveis.”
Também perguntaram a ele se, de alguma forma, se arrependia por ter criado arma tão poderosa.
A resposta foi: “eu a inventei para a proteção do nosso país e não carrego nenhum arrependimento. Também não tenho responsabilidade sobre como os políticos a utilizam”, ressaltando que o uso do seu fuzil por terroristas o entristecia.
Kalashnikov se aposentou em 2012 e foi várias vezes hospitalizado nos últimos meses por problemas cardíacos.