A Comissão Nacional da Verdade (CNV) anunciou a criação de um grupo específico para investigar a violação dos direitos dos camponeses pelo Exército durante a Guerrilha do Araguaia, que ocorreu no início da década de 1970. O anúncio aconteceu logo após uma audiência pública em Marabá, no Pará, na qual integrantes da CNV se reuniram a indígenas e camponeses da região. Na audiência, foram ouvidos os relatos de três indígenas da etnia Suruí, que vivem na Terra Indígena Sororó, no sudeste do Pará, e seis camponeses.

Entre as histórias mais marcantes, está o de uma indígena que contou ter perdido os filhos gêmeos durante cerco feito por militares à aldeia em que vivia. Um camponês também relatou que, quando criança, perdeu o irmão em uma explosão de granada, encontrada enquanto brincavam. A Comissão dos Camponeses do Araguaia será formada por sete camponeses membros da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia. Ex-soldados do Exército, que atuaram na região, devem ser entrevistados neste domingo (18).