um romancinho, mas um livraço

Escrito especialmente para as comemorações dos 500 anos do descobrimento (ocupação?) da América,  o livro “A Descoberta da América pelos Turcos”  foi considerado pelo autor, Jorge Amado, como um romancinho.

O diminutivo deve ser visto como algo carinhoso, porque o livro mantém a genialidade, a ironia fina e as referências ao Sul da Bahia, presentes em boa parte das obras do escritor, nascido em Itabuna e criado em Ilhéus

As aventuras e desventuras dos árabes (na época chamados genericamente de turcos) Raduan Murad, Jamil Bichara e  Ibrahim Jafet, este último viúvo e pai de três lindas filhas (Samira, Jamile e Fárida), mas que não consegue desencalhar a feiosa Adma,  compõem um cenário delicioso dos primeiros anos de Itabuna. Igualmente deliciosa é a solução para o drama de Ibrahim, poupando Jamil da tentação do diabo, mas revelando em Adma  um encanto divino, a que Jorge se refere com a língua afiada de sempre.

Pra quem ainda não leu, é leitura obrigatória, naquela que é talvez a maior e mais direta homenagem de Jorge a Itabuna, cidade onde finalmente ele começa a ser amado. Pra quem já leu, como este blogueiro, é sempre uma releitura agradável.