A professora Elenisia: humilhação desnecessária

A professora Elenísia Borges da Silva, 41 anos, está presa desde segunda-feira na delegacia de Ubaitaba, acusada de não pagar a pensão alimentícia das duas filhas. Ela foi detida quando quando voltava do trabalho para casa, em Itacaré.

 

A professora perdeu a guarda das garotas de 16 e 18 anos para o ex-marido há sete anos. As duas filhas trabalham e uma delas já não mora mais com o pai. O pedido de prisão foi feito pela juíza da Vara Crime Andreia Gomes Fernandes Beraldi no dia 4 de julho.

 

Ademilson Tibúcio dos Santos, 40 anos, ex-marido da professora, alega que a dívida de Elenísia já chega a R$ 14 mil. Ele é vendedor de abará e acarajé e não  pretende retirar a queixa contra a ex-mulher. As filhas são contrárias à posição do pai e alegam que a mãe não merece passar por tamanha humilhação.

Elenisia  ganha mil reais por mês como professora, é diabética, paga aluguel e diz não ter condições de pagar a pensão.

A juíza Andréia Gomes já não atua mais em Ubaitaba.

Trata-se de um caso literal de justiça cega. Aquele tipo de justiça que, embora respaldada pela lei, invariavelmente só vale para pobre, preto e puta.

A professora se encaixa na primeira categoria, frise-se.