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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 17/dez/2010 . 17:48

A fantástica fábrica de chocolate


A inauguração de uma fábrica de chocolate neste sábado em Ibicaraí tem um simbolismo que transcende o espaço físico do empreendimento.

Trata-se da primeira fábrica do país operada por agricultores familiares, que engloba toda a cadeia produtiva, do cultivo de cacau sem agrotóxicos, a seleção das melhores amêndoas, produção e a comercialização do chocolate.

A fábrica vai produzir chocolates finos, com até 70% de cacau, agregando valor e atendendo a uma demanda cada vez mais crescente no Brasil e no Exterior.

Com isso, os pequenos produtores, que tocarão a fábrica através de uma cooperativa, ganharão mais tanto pelo cacau (cerca de 50% acima dos preços de mercado), quanto pelo chocolate, que pode atingir valores que chegam a 200 reais o quilo.

A fábrica rompe, em nível de agricultura familiar, um ciclo que durante mais de um século foi seguido pelos médios e grandes produtores de cacau: o fornecimento de matéria prima para que empresários de outros estados (e outros países) ficassem com o filé do negócio que é a produção de chocolate.

Óbvio que uma fábrica com capacidade de para produzir 600 quilos de chocolate fino por dia não vai reverter essa realidade, mas caso a experiência seja bem sucedida, ela irá servir de estímulo à implantação de outras fábricas, fazendo com que o Sul da Bahia tenha uma participação expressiva numa área em que sua presença é quase nula, a despeito de algumas iniciativas isoladas.

Maior produtora de cacau do Brasil, com amêndoas de uma qualidade rara no planeta, a nossa região tem condições de se firmar como um pólo chocolateiro, ainda mais levando-se em conta o apelo mercadológico e ambiental da preservação da Mata Atlântica por conta da necessidade de sombreamento dos cacaueiros.

O binômio qualidade/sustentabilidade, aliado a um eficiente sistema de comercialização, poderá levar o chocolate fino produzido no Sul da Bahia a mercados do Brasil e do Exterior.

É essa fábrica, fruto da parceria entre o poder público e os agricultores familiares, quem poderá sinalizar um novo caminho para uma região que não pode mais se dar ao luxo de desprezar as potencialidades de um fruto que já foi considerado de ouro, mas que só brilha e gera lucros quando transformado num dos alimentos mais apreciados (e valorizados) do mundo.

Em pleno Natal, o velho e bom Papai Noel abre espaço para o igualmente simpático Coelhinho da Páscoa.

Fantasias à parte, que se descortine uma nova realidade para o Sul a Bahia, a partir da fantástica fábrica de chocolate.

Do outro lado do rio


Os moradores que vivem do lado do Rio Cachoeira em Itabuna que compreende bairros como Maria Pinheiro, Fonseca e Novo Fonseca, Pedro Jerônimo, Daniel Gomes, Zizo, São Pedro, São Judas, São Caetano, Sarinha, Novo São Caetano, Jaçanã, Jardim Primavera, Novo Jaçanã, Banco Raso, Vila Anália, Santa Clara e Gogó da Ema; tem bons motivos para sentirem-se mais seguros.

Desde que foi implantado pelo Governo da Bahia, em agosto deste ano, o Programa Ronda nos Bairros promoveu expressiva redução da violência, especialmente no que concerne ao número de homicídios.

Nessas áreas, o índice de assassinatos caiu cerca de 70%, o que é bastante significativo, e já não se nota a força da criminalidade, que na ausência do poder público fazia prevalecer a lei do silêncio e do terror, a ponto de em alguns bairros ser imposto um mal disfarçado toque de recolher a partir de determinada hora.

Essa realidade mudou substancialmente com a chegada do Ronda nos Bairros, com a intensificação do policiamento ostensivo e preventivo 24 horas por dia, além de promover a aproximação da polícia com a comunidade.

Em Itabuna, o programa envolve 75 policiais militares e quatro viaturas padronizadas, que foram distribuídas em quatro áreas delimitadas, num sistema de patrulhamento que atinge cerca de 70 mil pessoas, quase 1/3 da população itabunense.

Se é elogiável a execução do programa numa parte da cidade, é absolutamente imperioso que ele seja estendido para o outro lado do Rio Cachoeira.

Nessa área onde o Ronda nos Bairros não chegou e a presença da polícia ainda é incipiente, trava-se uma verdadeira guerra, motivada pelo tráfico de drogas, em que a violência cotidiana transforma os cidadãos de bem em reféns dos bandidos.

Em bairros como Corbiniano Freire, São Lourenço, Novo Horizonte, Nova Califórnia, Jorge Amado e parte do Santo Antonio, traficantes disputam território à bala e a droga gera subprodutos como assaltos, roubos, arrombamentos e ameaças aos moradores.

Ações emergenciais, como as que tiram de circulação alguns bandidos, são importantes, mas o que essas áreas desassistidas necessitam mesmo é da presença freqüente da polícia para inibir a bandidagem e reduzir a violência, já que eliminá-la por completo é uma missão impossível.

Que ao levar o Ronda dos Bairros para os demais bairros de Itabuna, o que pode ser feito já em 2011, se estabeleça uma ponte que una a cidade em torno de uma única palavra: a paz, que também pode ser traduzida por esse direito básico do cidadão chamado segurança.





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