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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 1/jul/2008 . 11:08

“Mataram meu filho!”

3;30 horas de uma madrugada chuvosa e fria em Itabuna. Os gritos de uma mãe desesperada ecoam pela rua, acordam os vizinhos e antecipam a manhã de dor e de tristeza.
Minutos antes, João Paulo Bulhões, de 23 anos, havia sido morto de forma estúpida no bairro do Pontalzinho, que há muito tempo perdeu o ar de tranqüilidade e se transformou num foco dessa violência insana que assola a cidade.
João estava na casa de amigos, numa comemoração tipicamente familiar, quando escutou um barulho estranho na rua. Ao sair na sacada do prédio, notou que se tratava de um assalto e, numa reação quase mecânica, tentou assustar os bandidos.
Mecânica também foi a reação de um dos assaltantes, posteriormente identificado como sendo o menor E.B;B. de apenas 17 anos. Ele simplesmente apontou a arma para a direção de onde vinha o pedido para deixar a vítima do assalto em paz e atirou.
Um único tiro. Fatal.
O projétil acertou o coração de João, que morreu na hora.
E só restou à mãe, gritar:
-Mataram meu filho! Mataram meu filho!
Mataram João.
Matam pedros, antonios, josés, marias, joanas, rosas…
Matam filhos, matam pais, matam amigos.
Matam gente que a gente nem conhece, numa carnificina que parece não ter fim. Numa explosão de violência e de sangue em que cada um de nós pode ser a próxima vítima.
Em Itabuna, apenas no final de semana, quatro pessoas foram assassinadas, sem contar os assaltos, arrombamentos, agressões, roubos de veículos.
É como se a cidade estivesse à mercê dos marginais, como se o policiamento inexistisse. E às vezes parece que inexiste mesmo, dada a facilidade com que os bandidos agem. De dia, de noite, em qualquer horário e em qualquer lugar.
O tiro que acertou o coração de João, interrompendo uma vida e enchendo de dor a vida de seus familiares e amigos, é um tiro no coração daqueles que já não podem desfrutar de um direito básico: o direito à segurança.
O direito de andar na rua, freqüentar um bar, entrar numa loja ou mesmo se reunir com os amigos.
O grito da mãe que perdeu o filho deve ser o grito de uma indignação que não pode ser sufocada pela resignação.
É hora de agir, mobilizar, exigir que as autoridades dêem um basta a tanta violência.
Porque, quando a vida vira uma loteria, é sinal de que a morte está ganhando o jogo.

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A polícia foi rápida ao identificar e prender o assassino de João.
Louvável, mas não seria o caso de atuar de maneira que assassinatos como o de João e de tantas outras vítimas inocentes fossem evitados?





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