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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: 1/jun/2013 . 15:13

Crônica de um rio que pede socorro

José Bastos não foi apenas um dos principais personagens da história centenária de Itabuna e nem é somente o nome de uma praça no centro da cidade.

Foi, também, um poeta talentoso, que ao lado de Telmo Padilha e Valdelice Pinheiro, rendeu em prosa e verso uma homenagem a um rio:

“Do Cachoeira escutando os bravios rumores/Como a Iara gentil destas águas profundas!/Oh! Como sou feliz e me sinto orgulhoso/ De um dia ter nascido em seu seio faustoso/Sob o esplendor de um céu de beleza tão rara”.


De José Bastos e, um pouco mais recentemente, de Telmo e Valdelice pode se dizer que, além da paixão desmesurada por Itabuna, viveram num tempo de bravios rumores, iaras gentis e águas profundas de um rio que transbordava vida, inspirava poetas, alimentava as pessoas com seus peixes fartos e garantia o sustento de lavadeiras e areeiros.

Um rio que, lá se vai mais de um vai um século, testemunhou caudaloso e silente (aqui, justas referências a Telmo Padilha e Valdelice Pinheiro) o nascimento de uma cidade, Itabuna, como décadas antes testemunhara o surgimento de uma vida, Tabocas, brotada às suas margens generosas.

Não é de todo exagerado dizer que a Itabuna metrópole, cidade de braços abertos, espírito empreendedor pairando sobre ela e que a despeito de eventuais crises cíclicas não para de se desenvolver, é filha desse rio, que serpenteia entre matas, divide/une as duas partes da cidade e segue seu caminho ao encontro da imensidão do mar.

Filha ingrata, diga se de passagem!

Ao longo das últimas três décadas, com o acentuado e desordenado crescimento de Itabuna, o Rio Cachoeira vem passando por um processo de deterioração que praticamente o transformou num imenso e fétido canal de esgotos. No trecho urbano de Itabuna, as matas deram lugar ao lixo.

Esse misto da falta de responsabilidade dos órgãos públicos e da falta de consciência da população transformou o antigo rio vivo, num rio quase morto, a implorar por um socorro que não vem.

Se nos tempos centenários a cidade precisou do rio para nascer, agora é o rio quem precisa da cidade para não morrer.

Enquanto ainda há tempo de evitar que ele morra…

É preciso que se olhe para o Rio Cachoeira, patrimônio que a centenária Itabuna insiste em maltratar.

Não com o olhar de piedade ou de indiferença, mas com o olhar, e principalmente com o compromisso, de quem sabe que é preciso agir agora para salvar o Rio Cachoeira.

O nosso rio.

 

A voz do patrão

Sempre que converso com meus companheiros de profissão sobre liberdade de opinião ou jornalista escrever o que bem entende no veículo de comunicação em que trabalha, me vem à memória uma historinha ocorrida nos tempos em que jornal era feito na linotipo e revisor, a exemplo de juízes de futebol, tinha duas mães, visto que quando achavam um erro, era preciso compor a linha inteira da página no chumbão.

Pois bem, a tarde seguia modorrenta naquele diário da cidadezinha do interior, quando, o jornalista, sem assunto para escrever o editorial do dia seguinte, perguntou ao dono do jornal se ele tinha alguma idéia.

Mais preocupado com o parto da bezerra, o que é até pertinente em se tratando de um jornal de cidade interiorana, o sujeito respondeu:

-Escreve aí sobre Jesus Cristo…

E o jornalista, sem titubear:

-Contra ou a favor, chefe?





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