:: ‘lagarta Helicoverpa Armígera’
Combate à lagarta que ataca lavoura no oeste baiano pode ser feito com inseticida biológico
O secretário estadual da Agricultura, Jairo Carneiro, assessorado pelo diretor de Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Armando Sá, recebeu em seu gabinete, na manhã desta segunda-feira (10), o conselheiro do Sebrae/Faceb e consultor empresarial, Sérgio Gomes e o pesquisador do Grupo Nutriapis, Edgilson Pimenta, ocasião em que foi apresentado o produto biológico que está sendo testado no Oeste baiano como ferramenta no controle da lagarta Helicoverpa armigera, que produziu sérios danos nas safras 2012/2013, de algodão, soja e milho, dentre outras culturas.
Trata-se de um inseticida denominado Bioinset, que tem a composição 100% natural, com a matéria-prima provida no estado da Bahia, patenteado em 56 países, não tóxico ao meio ambiente e nem aos monitores de praga. “Este é um produto com eficácia seguramente igual ou superior aos químicos que predominam no mercado, sem agredir a saúde humana”, explicou o pesquisador Edgilson.
Os testes foram iniciados em janeiro deste ano, na Fundação Bahia e Laboratório Biodefendi “In Vitro”, nos municípios de São Desidério e Luiz Eduardo Magalhães. De acordo com o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá, “o produto, comprovando-se a eficiência por laudo da Fundação Bahia, vai significar a redução das aplicações de agrotóxicos na região produtora e é uma alternativa que servirá tanto para pequenos como grandes produtores, para o manejo integrado de pragas, preconizado pela Embrapa”.
O secretário Jairo Carneiro lembrou que esta é uma luta iniciada pelo ex-secretário de Agricultura, Eduardo Salles, que desde quando tomou conhecimento da praga, acionou o governo federal e autoridades estaduais na busca de solução para combater a Helicoverpa armigera, que causou prejuízos superiores a R$ 2 bilhões para os produtores baianos na safra 2012/2013.
“Os próximos passos são o registro emergencial do produto junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em seguida o registro estadual junto à Adab e a fabricação do Bioinset em escala industrial”, informou o secretário.
O pesquisador Edgilson destacou ainda que “apesar de ser um produto biológico, testes de eficácia foram realizados em São Paulo, com resultados acima de 70% em pragas como a lagarta do cartucho, pulgão do algodão, mosca branca, mosca de chifre, carrapato e com ação na Helicoverpa armigera”. Ele ainda pontuou que o mesmo teste de eficácia foi realizado nos Estados Unidos e em países da Europa, como Grécia, Itália e Espanha.
Fabricação
A Bahia dispõe da matéria-prima para a fabricação, em caráter experimental, do Bioinset, devendo ser desenvolvidos esforços para a instalação de uma unidade agroindustrial para produção em larga escala, para atender a demanda do setor agropecuário baiano e nacional.
“A fábrica pretende atender inicialmente a demanda do Oeste baiano, para a cobertura de mais de dois milhões de hectares. Num segundo momento ela atenderá à demanda nacional, que prevê a aplicação na área de produção de grãos de todo o Brasil”, explicou o conselheiro do Sebrae/Faceb, Sérgio Gomes.
O secretário Jairo Carneiro enfatizou que “a Seagri e a Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Sicm) deverão apoiar iniciativas de grupos empresariais interessados em realizar investimentos no Estado, dinamizando a política de interiorização do desenvolvimento econômico, liderada pelo governador Jaques Wagner”.
Adab faz alerta fitossanitário sobre lagarta na lavoura do Oeste Baiano
A Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adab), vinculada à Secretaria de Agricultura (Seagri), alerta os produtores de soja e algodão do Oeste da Bahia sobre a incidência da lagarta Helicoverpa Armígera. Com o início das chuvas na região, a orientação é que o produtor monitore a lavoura, eliminando todo o resto da cultura (tigüera), e adote as medidas de controle e manejo ainda na fase inicial da lagarta, uma vez que, recentemente foram realizados plantios de soja e milho que deverão emergir ao longo desta semana.
“Quanto maior e mais desenvolvida fica a lagarta, mais difícil o manejo desta praga. Nós temos que monitorar para o eficiente controle da praga e, por enquanto, conviver da melhor forma, para que ela não venha a inviabilizar o agronegócio, causando grandes prejuízos aos produtores baianos”, acrescentou o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá, lembrando que o controle químico, por meio do Benzoato de Emamectina, foi proibido pelo Ministério Público da Bahia.
As medidas do plano criado pelo grupo gestor com os produtores entram em vigor após a próxima reunião, que acontecerá no dia 30 deste mês. Algumas medidas que devem ser adotadas é o controle biológico e a área de refúgio. Por isso, em caso de dúvida, o produtor deve procurar o escritório da Adab mais próximo para orientação, bem como a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
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