:: ‘Kalila Café’

Há seis meses, a estudante de administração, Kalila dos Santos Brito, resolveu se formalizar como Microempreendedora Individual (MEI). Abriu um Café Expresso no Centro Histórico de Ilhéus e passou a comercializar bolos, tortas e cupcakes de cacau e de banana. O Kalila Café é uma ideia que alia o talento natural da empresária para a culinária e a capacitação técnica ofertada pelos diversos cursos de Atendimento ao Cliente, Treinamento Gerencial Básico (TGB) e Oficinas SEI, promovidos pelo Sebrae e que a ajudaram na escolha do negócio.

“Buscar a formalização foi uma decisão importante na minha vida”, reconhece a empreendedora. A legalização representou a possibilidade de incrementar o negócio no setor de venda de alimentos. Usando matéria-prima local, como os nibs de cacau (amêndoas granuladas), hoje o cupcake é o produto mais vendido para o consumo na própria loja. A torta de cacau é a que mais recebe pedidos de encomenda.

A criatividade não falta no Kalila Café. É, também, um ingrediente a mais no negócio que se projeta como vencedor. A empresária também negocia salgados e pães. Tudo na loja é assado, nada frito. Há, ainda, produtos naturais, como o bolo integral de banana, sem lactose e sem açúcar, e pães sem glúten, feitos com farinha de arroz, uma das mais recentes novidades da casa. Produtos oferecidos em um cenário que reúne uma decoração que mistura – e integra – o contemporâneo e o passado das histórias das fazendas de cacau da região.

As irmãs Urânia e Suzana Barral são freqüentadoras assíduas do Kalila Café. Elas garantem que não são apenas os produtos de excelente qualidade que as atraem até o empreendimento. “É claro que é muito bom encontrar produtos de linhas lights sendo agradáveis de comer. Mas a abertura do espaço oportunizou um reencontro com a história da região e um espaço para um animado bate papo”, elogia Urânia.

Abrir e vencer
O Kalila Café está entre as 2.028 empresas formalizadas em Ilhéus no ano passado, segundo registro da Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb). Número que posiciona Ilhéus, de acordo com o Balcão do Empreendedor do município, entre as 12 regiões administrativas do Estado que mais se destacaram na constituição de empresas na Bahia.

Para o analista do Sebrae, José Carlos Santos Oliveira, a implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e a consequente criação do Balcão do Empreendedor do município, além de uma parceria entre o governo e o Sebrae, garantiram um suporte burocrático e operacional aos micro e pequenos empresários que não têm tantos recursos para competir com as grandes companhias. E isso estimulou a demanda. Em 2013, esta parceria resultou em cinco mil atendimentos, incluindo instruções sobre documentação, direcionamento de mercado e também um trabalho de consultoria.

O secretário municipal de Indústria e Comércio, Carlos Machado, destaca o fato de que a preocupação do município não está apenas na abertura de novas empresas e na formalização de novos empreendedores. É preciso criar condições para que estas idéias permaneçam ativas, gerem bons negócios e se consolidem. “Tanto que os números mostram um incremento na quantidade de empresas registradas e formalizadas, mas não implica necessariamente que todas essas unidades já estão na ativa, em pleno desenvolvimento. Indica, sim, a potencialidade do município para atração de investimentos”, reconhece.