:: ‘João Carlos Hass Sobrinho’
Documentário “Doutor Araguaia” será exibido em Salvador
A Fundação Maurício Grabois – Bahia e o Grupo Tortura Nunca Mais – Bahia realizam no próximo dia 14 de abril a exibição do documentário “Doutor Araguaia”, que resgata a história de João Carlos Haas Sobrinho, médico e militante do PCdoB, brutalmente assassinado pela ditadura militar.
A exibição acontece no dia 14 de abril no Cine Clube Glauber Rocha, que será palco dessa importante produção, que denuncia os crimes da ditadura e reafirma a luta por memória, verdade e justiça.
João Carlos dedicou sua vida ao povo, levando atendimento médico a camponeses do Araguaia e lutando por um Brasil mais justo. Sua trajetória, marcada pela coragem e compromisso com a justiça social, foi interrompida pelo regime, mas sua memória segue viva como símbolo da resistência democrática.
Desaparecido da ditadura tem certidão retificada e morte atribuída ao ‘Estado Brasileiro’

Sônia Haas mostra a certidão retificada em frente ao busto em homenagem ao irmão, João Carlos, em São Leopoldo — Foto: Thales Ferreira / Prefeitura de São Leopoldo
(do G1)- No Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, data instituída pela ONU em 2011 para homenagear os desaparecidos políticos, a família de João Carlos Haas Sobrinho ganhou um motivo para comemorar. Quase 47 anos depois de seu sumiço, a família recebeu uma retificação na certidão de óbito que reconhece que sua morte foi “causada pelo Estado brasileiro”. No novo documento, recebido no dia 22 pela irmã de João Carlos, Sônia Haas, passou a constar que ele “faleceu entre setembro e outubro de 1972, sendo a data mais provável o dia 30 de setembro de 1972, sendo Xambioá, Tocantins, no âmbito do evento reconhecido como Guerrilha do Araguaia, em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.

Com isso, Dr. Juca, como era conhecido, tem parte de sua memória preservada. Sônia acredita que, embora incompleto, este é um motivo para ser comemorado.
Em memória de João
Sonia Hass
O dia 24 de junho sempre é um dia cinza para nós, para nossa família.
Nos últimos anos, vivendo na Bahia, meus sentimentos ficaram talvez mais amenos, ou menos tristes.
Fato é que nada faz esquecer que nesta data celebramos o nascimento de nosso amado e inesquecível irmão João Carlos, hoje completando 77 anos.
Parece muito tempo, mas não é.
Sua vida foi curta, viveu 31 anos, tão pouco tempo.
Lá se vão 46 anos de seu desaparecimento, o tempo é um relógio que traz dor, traz tristeza a cada minuto, pela falta de respostas, pela espera da justiça em relação a toda uma história de uma geração de jovens que perdeu a vida num período obscuro de nosso país.
João Carlos faz parte desta geração, do sonho, da coragem e da luta por justiça social. Formou-se em Medicina no fatídico ano de 1964.
Antes disso, foi líder estudantil, preso em Porto Alegre. Graças ao empenho de seus professores, conseguiu se formar mesmo assim.
Não cabe aqui eu contar tantas histórias sobre a vida dele. Muitos de vocês já conhecem. Ele marcou seu tempo e segue vivo por onde passou.
O que vale hoje é lembrar destes heróis e pedir que em nome deles não deixemos mais morrer jovens pelas ruas, inconsequentemente.
Que sejamos vigilantes diante de tudo que se desenha no cenário político nacional, que possamos ter forças para gritar e reverenciar a memória dos que tombaram por nós.
Obrigada, meu irmão, pelas tuas lições e pela tua vida tão linda.
Choro, me emociono, mas te respeito e levo sempre orgulho de ti!
João Carlos Haas Sobrinho, PRESENTE!
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