:: ‘fotógrafo Newton Maxwell’
As experiências alemãs do fotógrafo Newton Maxwell
Walmir Rosário
Na primeira metade da década de 1960 estudávamos o curso ginasial – com muito orgulho – no Colégio Estadual de Itabuna (CEI), após uma concorrida prova de Admissão ao Ginásio, um verdadeiro “vestibular”, com a realização de provas escritas e orais. Vestir o uniforme do CEI era uma prova de status para qualquer aluno daquela época, notadamente os residentes nos bairros, como eu.
O Estadual, como era chamado, se localizava em frente a antiga feira livre (hoje sede da Justiça Federal e Receita Federal, antes CCPP), e o apito do trem de ferro sempre interrompia nossas aulas para avisar que estaria de partida para Ilhéus, ou, quem sabe, chegando de lá. Fora o trem, nos divertíamos com a parada dos ônibus da Sulba, bem ao lado, e a tela colorida formada pelos toldos das barracas da feira.
A ainda pequena – mas já pujante – Itabuna daquela época fervilhava. Para nós adolescente tudo era festa – fora os estudos – e a cidade nos encantava pela sua dinâmica social, econômica e cultural. Em frente a estação ferroviária, a pictória praça João Pessoa, nos deslumbrava com sua arborização milimetricamente desenhada pelos competentes jardineiros, ou melhor, artistas plásticos da paisagem.
No meio dos pés de ficus que formavam a paisagem, mais de uma dezena de fotógrafos, chamados por nós de retratistas (os que retratam), acompanhado da expressão lambe-lambe, qualificando-os de forma pejorativa. Mas explico aos que não conheceram a revelação do filme fotográfico e cópia das imagens em papel especial, as fotos eram retocadas, às vezes, com o ar assoprado ou a saliva do profissional.
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