:: ‘coparentalidade’
Novos arranjos familiares: a coparentalidade
Debora Spagnol
Em tempos idos, o casamento era visto como um negócio, um arranjo financeiro que se destinava a aumentar o patrimônio das famílias. Pouco importava o sentimento: o amor não era considerado no relacionamento e não havia laços afetivos a embasar o contrato.
Com o advento do amor romântico (idealizado, já que na maioria das vezes o parceiro não corresponde às expectativas fantasiosas criadas), nasceram os conceitos de exclusividade e, em consequência, o de posse do outro. Os casamentos então passaram a se basear no afeto: marido, esposa e os filhos que advirem da relação formam a instituição familiar que muitos conceituam como a base da sociedade.
No pós-guerra, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a invenção da pílula anticoncepcional mudaram a essência dos relacionamentos diante da maior liberdade sexual e do rompimento de tabus. Facilitadas as novas experiências, as escolhas amorosas e sexuais passaram a se basear na liberdade, levando o amor e o sexo para além do afeto e do prazer: tornaram-se necessárias a praticidade e a desenvoltura.
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