:: ‘Ambulatório Trans’
Psicóloga especialista em sexologia aplicada passa a atender no projeto piloto do Ambulatório Trans do Materno-Infantil de Ilhéus
O projeto piloto de atendimento à comunidade trans, no Ambulatório do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, ganhou um importante reforço para o público LGBTQIAPN+: a psicóloga Fernanda Brandão. Pós-Graduada em Sexologia Aplicada e com formação em Terapia Sexual, Fernanda Brandão passa a integrar a equipe de profissionais do hospital da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) gerido pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) e, dentre inúmeras agendas rotineiras na unidade, como acompanhamento psicológico a gestantes, puérperas e familiares, também ofertará semanalmente consultas para pessoas transexuais. A comunicóloga e historiadora Leslie Sá foi a primeira mulher trans atendida nesta nova fase do projeto, no final da tarde da última terça-feira (11).
“Trata-se de um grande passo na luta pela implementação integral do ambulatório, que é o nosso sonho”, comemora Leslie. Ela considera de grande importância a disponibilização de mais esse serviço. “Trabalhar a saúde mental é primordial no processo de transição, até para que a pessoa entenda a sociedade em que está inserida e saiba lidar também com os seus próprios traumas”, afirma. “A cabeça estando boa, o corpo também vai estar”, completa Leslie.
´Nós estamos aqui querendo existir´, afirma primeira paciente atendida no Ambulatório Trans do HMIJS
Mais um momento histórico do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, foi registrado da manhã de hoje (16), com os primeiros atendimentos ambulatoriais à comunidade trans da região. O projeto-piloto passou a permitir a realização de exames de rotina e hormonais em pacientes que passam pela afirmação de gênero. Aproximadamente 20 pacientes foram atendidos no Ambulatório do HMIJS onde, também, nas próximas semanas, serão iniciadas consultas nas especialidades de endocrinologia e ginecologia. Mas a direção do hospital trabalha para oferecer, ainda neste primeiro semestre, serviços nas especialidades de psicologia, psiquiatria e urologia. O Materno-Infantil é uma obra do Governo da Bahia administrada pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS).
Este é um passo para recuperar a dignidade de pessoas que foram tão apagadas, segregadas, por uma sociedade que nos vê como coisas malignas. Nós só estamos aqui querendo existir”, comemorou Leslie Sá, a primeira paciente a ser atendida no ambulatório. Ela passou pela triagem e, logo em seguida, a equipe do hospital fez a coleta de sangue para exames hormonais, de sorologias e exames de rotina. “Somos cidadãos, cidadãs como outras pessoas e queremos apenas os nossos direitos”, afirmou, acrescentando que o que ela quer é viver com o mínimo de dignidade. “E esse laboratório é um passo para que a gente consiga se colocar de uma maneira mais digna, com a representatividade maior, com acesso à saúde de qualidade que é um direito de todos e dever do estado. Essa iniciativa acaba cumprindo com esse objetivo”, disse Leslie.
Perto de casa
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