:: ‘Afonso Dantas’
Drão

Afonso Dantas
Um pai perdeu uma filha. É triste. Um pai nunca deveria perder uma filha.
Confesso que não acompanhava muito a carreira de Preta Gil, mas era impossível não ver as coisas que ela fazia, pela exposição de mídia que tinha. E, coisa difícil para quem é filha de uma super estrela, como Gilberto Gil, conseguiu brilhar muito também. E ocupou seu espaço.
E nesse espaço teve bloco no carnaval do Rio, fez música, shows, atuou como atriz e empoderou muitas mulheres pelo país, quebrando tabus, como a exposição do corpo fora dos padrões estabelecidos e também pelos discursos em defesa das minorias e da liberdade sexual. Com isso, ganhou seguidores, mas incomodou muita gente, pois quem brilha, incomoda, pois não é todo mundo que se acostuma com a luz.
Mas, ao contrário da carreira de Preta, sempre acompanhei com muito interesse a carreira de um dos maiores gênios da música de todos os tempos, Gilberto Gil. Conheço quase todas as suas músicas e admiro suas incursões por tantos gêneros musicais, como a mpb, o reggae, o funk (o verdadeiro), o rock e o reggae, sempre com muita qualidade e com sucessos que fazem parte de nossa vida.
W /Gratidão

Afonso Dantas
Para nós, era uma espécie de guru, praticamente um mago, ou uma espécie de deus. Um deus da criatividade. Um deus da propaganda. Assim era Washington Olivetto para quem é de publicidade, a profissão que eu abracei, e que já foi a mais glamourizada das profissões pelos jovens, inclusive com sua concorrência no vestibular, sendo mais requisitada que a da tradicional medicina.
Eu tive o prazer de encontrá-lo e conversar com ele, em um festival de publicidade no Rio de Janeiro, o Wave Festival, no ano de 2008, em um dos locais mais icônicos do Rio, o Copacabana Palace.
Chegamos para o inesquecível café da manhã na charmosa varanda do Copa, com vista para a praia e para a bela paisagem do Rio, antes do evento, e fui fazer meu prato, maravilhado com as delícias que o buffet exibia, quando minha esposa, Tiana, sentou-se a uma grande mesa e alguns minutos depois, um senhor elegante, sentou-se, perguntando se tinha alguém ali. Ela disse que ele poderia sentar e ela o reconheceu, mas conversou amigavelmente, sem tietagem. Eu cheguei alguns minutos depois e, com uma mistura de surpresa e admiração pela presença do ídolo da propaganda, fui cumprimentá-lo, sentei à mesa e começamos a conversar sobre um assunto que não poderia ser outro em um festival de propaganda: Futebol.
Pois é. Não sei se por que, mas ao invés de perguntar alguma coisa sobre propaganda ao mestre, perguntei: – E aí, e esse seu Corinthians, hem? E ele desandou a falar do seu Timão e eu também a falar do meu, o Bahia (BBMP!), onde ele me passou várias ideias, do potencial que o Bahia teria se fizesse algumas coisas que valorizassem sua origem e sobretudo sua torcida. E papo vai, papo vem, acabei nem pedindo foto ou coisa parecida para não o incomodar. Terminado o café, fomos todos para a palestra de nada mais, nada menos do que do próprio. Uma palestra, para variar, muito bacana e inspiradora.
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