A pelo menos um interlocutor, o ministro Geddel confessou ter ficado menos irritado pelas vaias que tomou em Ilhéus e mais pela maneira como caiu na provocação.

Macaco velho e vacinado em disputas políticas, o ministro acha que poderia ter tirado as vaias de letra. Ao dizer que algumas manifestantes estavam “uivando” e fazer gestos provocativos, apenas ampliou a manifestação contrária.

Na manhã de sábado, o eco das vaias ainda rebimbava na praça da catedral de São Sebastião.

O secretário de Agricultura Geraldo Simões, aplaudido na mesma proporção em que Geddel foi vaiado, que se prepare.

A manifestação anti-Geddel já foi devidamente colocada na sua conta. E não tem PAC do Cacau que faça o ministro perdoar a dívida ou oferecer desconto.

O troco vem de vassoura.

No âmago (ao dicionário, hermanos) da contenda, menos os louros da paternidade do PAC do Cacau e mais a disputa por uma vaga no Senado em 2010.

Com o perdão do trocadilho inoportuno, é briga de cachorro grande.

Em entrevista a emissoras da radio do Sul da Bahia, o governador Jaques Wagner falou sobre o lançamento do PAC do Cacau, que acontece nesta sexta-feira, às 17 horas, em Ilhéus. Wagner disse que o plano é resultado de uma ação conjunta e que se tem um “pai”, ele se chama presidente Lula.

Veja alguns pontos na entrevista:

PAC DO CACAU

“Nós não fazemos promessas, apresentamos propostas concretas. O PAC do Cacau vai liberar recursos superiores a R$ 2 bilhões, para equacionar as dívidas dos produtores, retomar a produção de cacau, diversificar a produção com o cultivo de seringa, dendê e outras culturas e oferecer novas tecnologias.
O PAC do Cacau vai beneficiar micro, pequenos, médios e grades produtores, e funcionará como vetor para a geração de emprego e renda”.

LANÇAMENTO EM ILHÉUS

“Sei que existe uma disputa entre Itabuna e Ilhéus, mas o que motivou o local de lançamento foram questões de segurança. Em função do horário, não há condições de deslocamento de helicóptero até a Ceplac. Mas desejo que Itabuna e todas as cidades da região sintam-se representadas, porque o PAC do Cacau beneficia todo o Sul da Bahia. Vamos recepcionar Lula e receber as boas notícias que ele vai trazer para a região”.

PADRINHOS DO PAC

“Dou até risada quando vejo essa disputa. Se existe um pai, um padrinho, é o presidente Lula, que se empenhou para que o plano fosse viabilizada. O PAC do Cacau é uma ação conjunta, o resultado do esforço de todos os segmentos regionais. A população sabe quem trabalhou pelo PAC do Cacau e saberá reconhecer isso.

FERROVIA OESTE-LESTE

“A Ferrovia Oeste-Leste, que vai trazer produtos para o Porto Sul. Isso trará ganhos para a economia de todas as cidades do Sul da Bahia. Itabuna, como cidade pólo comercial e prestador de serviços, será bastante beneficiada”.

TEATRO E CENTRO DE CONVENÇÕES

“Já definimos com a Secretaria de Cultura que as obras do teatro de Itabuna serão reiniciadas. O Centro de Convenções está em discussão, já que o governo passado deixou muitas obras paralisadas. Uma cidade do porte de Itabuna necessita de um Centro de Convenções e vamos trabalhar no sentido de que esse espaço importante seja concretizado”.

A transferência do lançamento do PAC do Cacau, com a presença do presidente Lula, da sede regional da Ceplac para a praça Dom Eduardo, em Ilhéus, foi motivada exclusivamente por questões de segurança.
Como Lula cumpre extensa agenda de anuncio de obras e investimentos em Salvador, só deve chegar ao Sul da Bahia por volta das 17 horas. Em função das rígidas normas de segurança que envolvem um presidente da República, foi descartado o deslocamento de helicóptero do aeroporto até a Ceplac, onde o pouso e a decolagem teriam que ser realizados num gramado ao lado da sala da superintendência. Em Ilhéus, o deslocamento até a praça será feito de automóvel.
O PAC do Cacau terá investimentos superiores a R$ 2 bilhões, equacionando as dívidas dos produtores rurais, incentivando a retomada da produção de cacau, a agroindústria, a diversificação agrícola, obras de infra-estrutura, como porto, aeroporto, ferrovia e recuperação de estradas.

Historias são o que não faltam em 30 anos de estrada, sempre praticando o jornalismo em cidades de porte médio em São Paulo (Osasco) e Bahia (Itabuna).
Jornal, Rádio, TV, Assessoria de Imprensa, Marketing Político…
Nos tempos de antanho, a gente chamava de “faz tudo”.
Agora, o nome é profissional multimídia.
Diante de tanta gente jovem surgindo, às vezes me sinto uma espécie de dinossauro, embora
acredite estar longe da extinção.
De qualquer forma, é sempre bom poder relatar experiências, contar histórias, compartilhar
o que vi e vivi nestas três décadas, da velha tinotipo do chumbão à internet e seu jornalismo
em tempo real.