Na ALBA, Robinson Almeida defende Cultura e Educação como caminhos contra a violência e a exclusão: “alternativa à barbarie”
O deputado estadual Robinson Almeida (PT) defendeu, durante audiência pública realizada na segunda-feira (3) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), que o fortalecimento da cultura popular e da educação é fundamental para reduzir a violência e promover inclusão social nas comunidades. Proponente do debate intitulado “O Museu é a Rua: uma experiência da musealização popular a partir da retomada da Festa do Lixo”, o parlamentar afirmou que políticas públicas voltadas à arte e à cultura devem ocupar lugar de destaque no orçamento público.

“Colocar a cultura popular no orçamento público deve ser prioridade dos governantes. Investimento em escolas e espaços culturais é a resposta que temos de oferecer para combater a violência nas periferias. O governador Jerônimo Rodrigues tem entregue escolas de tempo integral em todo o estado, com auditório e outros equipamentos para atividades esportivas e culturais, e devemos usar esses espaços como instrumentos de produção de cultura, de inclusão e proteção dos nossos jovens”, afirmou o parlamentar, que preside a Comissão de Constituição e Justiça da ALBA e integra a Comissão de Educação e Cultura na ALBA.
Robinson destacou ainda que os encaminhamentos da audiência pública incluem o diálogo com as secretarias estaduais de Educação e Cultura para garantir maior integração entre escolas, espaços culturais e comunidades locais. “Nós precisamos socializar completamente os espaços públicos de educação e cultura. As escolas estaduais, centros sociais e urbanos têm que estar abertos para a comunidade, inclusive nos finais de semana e férias. Quando um jovem participa de uma roda de capoeira ou de um ensaio com o grupo A Pombagem, os pais se sentem aliviados. Isso é prevenção social. É essa política que devemos defender como alternativa à barbárie”, ressaltou.
O deputado também afirmou que o fortalecimento de programas como o Educa Mais Bahia pode servir de modelo para ampliar o acesso de jovens à cultura e ao esporte. “Precisamos lutar para que as escolas públicas abram também nas férias e nos finais de semana, oferecendo oficinas de arte, cultura e esporte. Assim, criamos oportunidades, geramos renda e colocamos o povo dentro do orçamento público. É dessa forma que se constrói um caminho alternativo e se rompe a bolha da cultura elitista”, completou Robinson. O filósofo e integrante do grupo A Pombagem, Fabrício Brito, apresentou reflexões sobre a proposta do Museu Popular da Bahia, iniciativa do coletivo. “Queremos chamar atenção para a dimensão filosófica da arte.
O artista não é apenas quem cria estética, mas quem pesquisa, lê, troca e se compromete com o território. Quando criamos o Museu Popular da Bahia, foi para musealizar a imaterialidade de uma festa popular, dar visibilidade ao que é vivido e sentido nas ruas”, explicou, em referência a Festa do Lixo, realizada na Fazenda Grande do Retiro. Ele também destacou a relação entre o teatro de rua e o conceito de musealização popular, inspirado em estudos antropológicos e nas práticas culturais das periferias.
“Há uma eficácia simbólica no teatro de rua, porque existe um entendimento comum entre quem faz e quem participa. Essa legitimidade vem do território, das comunidades, e não da validação institucional. O museu comunitário nasce daí, do desejo de preservar a memória viva do povo”, completou Fabrício. A atividade reuniu artistas, gestores culturais e estudiosos em torno da importância da cultura popular como instrumento de transformação social.
O evento contou ainda com a presença da deputada Olívia Santana (PCdoB), presidente da Comissão de Educação e Cultura; de Amanda Cruz, superintendente de Desenvolvimento Cultural da Secretaria Estadual de Cultura; e de Marcelo Lemos, diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac-BA), além de representantes de movimentos artísticos de Salvador.











